A bióloga mato-grossense Gabriela Priante está entre os seis pesquisadores brasileiros que ganharam o Prêmio OMM Jovem Cientista – Ano 2006, concedido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). O prêmio foi concedido devido ao artigo “Em busca do hidrograma ecológico”, em que os pesquisadores analisam uma metodologia inovadora, proposta em 2003 pelo pesquisador norte-americano Brian Richter – hoje diretor da The Nature Conservancy –, para o gerenciamento dos recursos hídricos de modo a manter a integridade dos ecossistemas e, ao mesmo tempo, atender aos usos humanos.
Assinam o artigo, além de Gabriela Priante, que coordenadora de Ecossistemas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), os pesquisadores Walter Collischonn, Cristopher Souza, Glauco Kimura, Rutnéia Tassi e Sidnei Gusmão. O prêmio foi entregue pelo secretário geral da entidade, Michel Jarraud, em cerimônia no Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista.
O prêmio OMM Jovem Cientista foi criado em 1970 pelo Conselho Executivo da OMM. O objetivo é encorajar jovens pesquisadores, de preferência oriundos de países em desenvolvimento, a publicar artigos nas áreas de meteorologia e hidrologia. Desde sua criação, 40 prêmios foram concedidos a vencedores de 28 diferentes países.
O trabalho desenvolvido pela bióloga Gabriela Priante também teve o reconhecimento da Assembléia Legislativa de Mato Grosso. Priante recebeu uma moção de louvor, concedida pelo deputado Humberto Bosaipo.
A bióloga Gabriela Priante destaca que o trabalho premiado apresenta algumas reflexões acerca dos critérios utilizados para definir as vazões remanescentes em rios, e procura demonstrar a insuficiência do tradicional critério de vazão ecológica como um valor único, válido para todos os anos e para todas as estações do ano.
Ela aponta que a quantidade de água necessária para dar sustentabilidade ecológica a um rio é variável no tempo, e os critérios de definição de vazão remanescente nos rios devem contemplar não apenas as situações de vazões mínimas durante os períodos de estiagem, mas também os outros períodos que caracterizam o regime hidrológico.