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Baixa umidade do ar pode atingir “estado de alerta” em Mato Grosso

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Em Mato Grosso, a umidade relativa do ar está baixa e já encontra-se em “estado de atenção” em muitas localidades, podendo nos próximos dias chegar ao “estado de alerta”. Todo o Estado tem apresentado valores baixos de umidade relativa do ar. No pantanal e em Cuiabá, os valores já estão em 20%, assim como no centro, leste e sudeste matogrossenses. A previsão meteorológica feita pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) indica que a umidade vai permanecer abaixo dos 35% até o fim de semana na maior parte do Estado, podendo chegar aos 15% até domingo.

Segundo a escala da Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade relativa do ar ideal é de até 60%. Umidade entre 60% e 30% é considerada aceitável. Abaixo de 30% e acima de 20% já representa “estado de atenção”. Com a umidade abaixo de 20%, há o “estado de alerta”. Quando o nível de umidade relativa do ar fica abaixo de 12%, há o “estado de emergência”.

O meteorologista Ranyére Nóbrega, do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), explica que neste período de estiagem a diminuição da umidade deixa o céu claro na maior parte do tempo, com algumas nuvens esparsas eventualmente. “A ocorrência de circulações de ar anti-ciclônicas (vento girando no sentido anti-horário) acaba bloqueando a chegada de frentes frias que poderiam trazer mais umidade para a região”, ressaltou Nóbrega.

Ele informa que a diminuição da umidade do ar ocorre todos os anos, mas precisa ser tratada com atenção. “O processo de transpiração do corpo humano é uma forma de estabilizar a temperatura corporal. Com a baixa umidade relativa do ar, o suor evapora muito mais rápido e resfria o corpo mais facilmente. Assim, sentimos que a temperatura está muito menor que a temperatura real, mas perdemos água para a atmosfera.”

Segundo Nóbrega, o resultado da baixa umidade do ar pode ser sentido pelo ressecamento da pele, surgimento de doenças respiratórias, desidratação, sangramento pelo nariz ou irritação nos olhos. “É a chuva quem faz a “faxina” no ar. Sem chuva, o ar fica mais poluído. O problema fica pior quando há queimadas florestais e de lixo urbano porque a fumaça fica concentrada no ar”.

Algumas dicas para evitar problemas de saúde neste período seco são: evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas; umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins, principalmente em ambientes fechados, como quartos; sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol; usar soro fisiológico para olhos e narinas.

Segundo Nóbrega, o ar seco neste período também faz com que as temperaturas mínimas diminuam consideravelmente. “Em Parantinga fez 10,2 graus, e em Poxoréo, 9,6 graus”, informou. O ar mais seco favorece que durante a noite ocorra a perda da radiação solar que é acumulada durante o dia, com isso as temperaturas durante a noite e madrugada caem consideravelmente.

O meteorologista explica que a umidade relativa é a razão (divisão) entre a umidade absoluta atual e a maior umidade absoluta possível (que depende da temperatura atual do ar). “Quando os instrumentos indicam que a umidade relativa é de 100%, isso quer dizer que o ar está totalmente saturado com vapor d´água e não pode conter nem um pouco a mais, criando a possibilidade de chuva”, fala. Ele acrescenta que se o ar tiver umidade relativa de 100%, o suor da transpiração da pessoa não irá evaporar no ar, o que faz com que o clima pareça estar muito mais quente do que a temperatura indicada nos termômetros e nos noticiários (este é o efeito conhecido como sensação térmica). “Caso a umidade relativa esteja baixa, como ocorre agora, sentimos que a temperatura está muito menor que a temperatura real”, afirma.

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