Vinte e nove instituições municipais, estaduais e federais trabalhando de forma integrada para combater a criminalidade nos mais de 800 quilômetros de faixa de fronteira entre o Brasil e Bolívia. Esse é o objetivo do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira (GGI-F) que reuniu, ontem, em Cáceres, os seus membros para debater sobre a segurança pública na região da fronteira entre o Brasil e a Bolívia.
Além dos membros do GGI Fronteira, o encontro teve a participação dos membros do GGI Estadual, do coordenador do programa Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron) do Ministério da Justiça, Alex Jorge das Neves, e do representante do Consulado Boliviano, Carlos Garcia. O secretário de Estado de Segurança Pública, Diógenes Curado Filho, participou da reunião e coordenou os trabalhos.
Na reunião foram debatidos quatros assuntos. Entre eles, o projeto de criação do Grupamento Tático Rodoviário na Fronteira e contrabando de descaminho de produtos em que a matéria-prima é o tabaco.O trânsito é uma das questões que preocupa as autoridades que atuam na fronteira de Mato Grosso, que é formada por 28 municípios totalizando mais de 500 mil habitantes. A região possui uma frota de cerca de 180 mil veículos e mais de 137 mil pessoas possuem carteiras de habilitação na região.
A Polícia Militar, através do Batalhão de Trânsito Urbano e Rodoviário, está desenvolvendo o projeto do Grupamento Tático Rodoviário na Fronteira, que tem como objetivo realizar ações educativas com temáticas voltadas para o trânsito e o tráfico de produtos ilícitos e auxiliar e intensificar a fiscalização de trânsito e repressão dos crimes cometidos em área e faixa de fronteira.
A iniciativa foi apresentada pelo comandante do Batalhão de Trânsito Urbano e Rodoviário, tenente-coronel PM Wilson Batista, que ressaltou que os trabalhos serão feitos em parceria com policiais do Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron) e demais instituições públicas, privadas e entidades sociais da região. "Nosso trabalho vem agregar com as outras instituições policiais que já existem na região visando desenvolver ações que possibilitem mais contato com a sociedade e o trabalho de segurança pública", disse.
De acordo com o secretário Diógenes Curado Filho, já foi disponibilizado recursos para a estruturação do BPMtran. "Estamos equipando o Batalhão de Trânsito Estadual com novos equipamentos e viaturas, como as bases móveis, para que eles possam atuar de forma permanente na fronteira. Temos várias rodovias estaduais nesta região que precisam ser mais fiscalizadas", lembrou Curado.
O assessor jurídico da Associação dos Distribuidores, Atacadistas, Varejistas e Trabalhadores dos Produtos Derivados do Tabaco, Ardonil M. Gonzalez Junior, também falou na reunião do GGI-F sobre a venda de cigarros paraguaios nos comércios do Estado. "Em Mato Grosso percebemos que os cigarros paraguaios são mais comercializados que os cigarros nacionais. O País deixa de arrecadar mais de 1 bilhão de reais em razão da venda ilegal desse produto", explicou o assessor.
Gonzalez sugeriu que o GGI promova operações visando o combate do crime de contrabando e descaminho de cigarro importado ilegalmente e apresentou as formas de transporte dos produtos mais utilizadas pelos criminosos. "Os cigarros falsificados são transportados em carretas, barcos e principalmente em carros pequenos. O cidadão que pratica o descaminho de cigarros falsificados pode futuramente transportar armas e drogas causando outro problema para a sociedade", alertou.