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Atleta em MT que ficou paraplégico após acidente, ‘recomeça’ vida através do esporte; “me sinto vivo”

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Só Notícias/Kelvin Ramirez (fotos: reprodução)

Pouco mais de um ano e meio após um acidente de trânsito em Cuiabá que o deixou paraplégico, o atleta Kaike Angelim viu no esporte que, já era antes sua profissão, uma forma de recomeçar sua vida. Ao Só Notícias, o mato-grossense relembrou sua carreira no jiu-jitsu antes do acidente, onde acumulou importantes títulos, mas, após achar que sua carreira no esporte havia acabado precocemente, viu que sua história nos tatames estava apenas ‘recomeçando’ de outra forma.

“No jiu-jitsu, consolidei minha trajetória ao conquistar títulos de extrema importância para o país, incluindo os campeonatos mundial, pan-americano, sul-americano, latino-americano, brasileiro e mato-grossense, entre muitos outros. Dediquei minha vida ao Jiu-Jitsu, que era não apenas minha profissão, mas também minha maior paixão. Em 2019, eu vendia água no semáforo para poder disputar o campeonato mundial que acontecia nos Emirados Árabes. Uma foto minha viralizou, e fui convidado pelo príncipe herdeiro dos Emirados Árabes a ir para Abu Dhabi com todas as despesas pagas. A partir de 2019, esse evento marcou o auge da minha carreira”, relembrou.

Enquanto planejava desafios maiores no jiu-jitsu, no dia 13 de dezembro 2022, Kaike passou a partir dali enfrentar uma verdadeira batalha, dessa vez fora dos tatames após um acidente de moto. “Sofri um acidente a 20 km/h e fiquei paraplégico. No mesmo dia em que eu estava realizando a minha cirurgia, nasceu minha segunda filha. Desde então, tenho lutado contra a vida, enfrentando uma batalha física e psicológica. Os problemas financeiros foram um dos mais avassaladores, pois, devido ao acidente, fui impedido de exercer meu trabalho, que era lutar e também atuar como personal fight”, contou.

Kaike explica que um ano e três meses após o acidente, em março deste ano, um convite fez com que ele voltasse para o esporte, dessa vez paralímpico. “Após receber um convite da professora Andressa Ueharo da associação ADESP, comecei a treinar atletismo paralímpico. Na minha primeira competição, no meeting que aconteceu em Cuiabá, já conquistei duas medalhas: uma de bronze e uma de prata, nas modalidades arremesso de peso e lançamento de dardo. Um mês depois, participei de uma competição de atletismo paralímpico na cidade de Brasília, onde fui campeão no arremesso de peso”, detalhou.

Angelim disse que após o convite nos últimos meses, saiu de Cuiabá e voltou a morar em sua cidade natal, Paranatinga, para os treinamentos. “Após três meses de treinamento, participei da minha terceira competição, o Campeonato Mato-Grossense Paralímpico, onde conquistei mais três medalhas: duas de ouro e uma de prata, nas modalidades lançamento de disco, lançamento de dardo e arremesso de peso. Sou muito grato a treinadora Andressa por acreditar no meu retorno aos esportes”.

O atleta também contou que o bom retrospecto no esporte rendeu outro convite. Dessa vez para voltar aos tatames, no jiu-jitsu, também no formato paralímpico. “Agora, em julho, um ano e seis meses após o meu acidente, recebi uma ligação do presidente da Federação Brasileira de Parajiu-Jitsu, me convidando para retornar aos tatames em um campeonato internacional que aconteceu no Rio de Janeiro. Este evento, chamado Grand Slam Rio de Janeiro, foi um seletivo para o campeonato mundial”.

“Decidi, então, que tinha chegado a hora de voltar aos tatames. Fui para o Rio de Janeiro e conquistei a medalha de bronze, classificando-me para o Campeonato Mundial que acontecerá em novembro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O presidente da Confederação Brasileira de Parajiu-Jitsu me enviou uma mensagem duas semanas após o meu acidente, dizendo que o parajiu-jitsu estava de portas abertas para mim. No entanto, eu não tinha forças e nem acreditava que conseguiria voltar aos tatames. Achei que nunca mais poderia lutar e, além disso, não queria mais, pois era algo que eu tinha feito por toda a minha vida. Estar ali sem poder executar o que eu tanto amo fazer era muito difícil”, disse, emocionado.

Kaike também afirmou que foi importante o apoio do Estado para voltar as competições de jiu-jitsu. “Foi um momento grandioso. Hoje, posso dizer que me sinto vivo. O mais gratificante e emocionante foi ter recebido minha medalha das mãos da primeira-dama do Estado de Mato Grosso, Virgínia Mendes. O secretário de esportes, Davi Moura, também esteve presente no evento. Tanto ele quanto a primeira-dama me deram total apoio o tempo todo. Virgínia Mendes é a madrinha do Parajiu-Jitsu Nacional, e sou muito grato por ela estar presente nesse momento tão especial. Sou muito grato ao presidente da Federação Brasileira de Para-Jiu-Jitsu, Elcyrlei, e ao vice-presidente, Mário Edson, por terem me apresentado e por nunca terem desistido de mim. Sempre serei grato a eles”, concluiu em entrevista ao Só Notícias.

Kaike agora se prepara além do mundial de parajiu-jitsu previsto para novembro, em Abu Dhabi, para o Campeonato Brasileiro de parajiu-jitsu em outubro no Rio de Janeiro. Na próxima sexta-feira (26), será homenageado durante o evento VG Combat Submission no ginásio Dom Aquino, em Várzea Grande.

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