A Associação de Proprietários Rurais da Região Norte de Mato Grosso (APRON-MT) divulgou nota, manifestando apoio ao setor madeireiro e repudiando a operação Arco de Fogo, desencadeada em Sinop e região pelo Ibama, Polícia Federal e pela Força Nacional, na segunda-feira.
Confira na íntegra:
“A Associação de Proprietários Rurais da Região Norte de Mato Grosso (APRON-MT) vem, por meio desta, manifestar-se sobre a Operação Arco de Fogo, desencadeada em Sinop e região pelo Ibama, pela Polícia Federal e pela Força Nacional de Segurança Pública, nos seguintes termos:
1. A APRON manifesta seu apoio ao Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (SINDUSMAD) ao repúdio da classe empresarial do setor, pela maneira como esta fiscalização está sendo realizada;
2. Os empresários do setor merecem respeito dos órgãos públicos, pois estão legalmente estabelecidos e fomentam a economia da maioria das cidades da região;
3. Fiscalizar pode até ser necessário. Mas de forma prudente, civilizada, discreta, para evitar prejulgamentos e prejuízos morais e financeiros que causam medo, insegurança, desemprego e queda na geração de divisas, tributos e estabilidade econômica da região, já há muito fustigada por fajutos e hipócritas arautos da preservação egoísta do meio ambiente. Pessoas que consomem carne, grãos, legumes, frutas e verduras, leite e derivados, óleos vegetais, papéis de todos os tipos, inclusive o papel higiênico, andam de carro ou de avião, usam casas, camas e móveis construídos com madeira, mas fingem não saber que isso tudo vem da terra, em grande parte desta terra em que vivemos;
4. Antes de qualquer ato, precisa o governo mostrar, à sociedade e ao mundo, onde estão plantadas as árvores que o setor sempre pagou pela extração e venda de produtos florestais;
5. Se há um responsável por derrubadas ilegais, esse responsável é o governo federal, curiosamente sempre desaparelhado para aprovar e fiscalizar os projetos de uso e conservação das nossas riquezas naturais;
6. O setor nada deve ao governo. Este, ao contrário, é que, há muito, está em débito para com a nossa região. Para cada metro de madeira comercializado, sempre – SEMPRE – houve o pagamento de alta soma de árvores, além de altos impostos que nunca retornaram à região na mesma proporção. O mesmo sempre ocorre com os demais produtos comercializados. Nada é vendido – nem nunca foi – sem que o governo tome seu quinhão, nas mais diversas formas de impostos e taxas, diretos e indiretos;
7. Sinop e região merecem respeito! Esta é uma terra de gente trabalhadora, que há quarenta anos atendeu a um chamado desse mesmo governo que agora a coloca sob a mira de metralhadoras;
8. Não há, na região, um só ato que justifique a fiscalização armada, com apoio da Polícia Federal ou da Força Nacional de Segurança Pública;
9. Usar da força e da intimidação é dar ao mundo atestado próprio de incompetência, ineficiência e autoritarismo no trato com a classe produtiva e trabalhadora da região;
10. Essa tirania não pode prosperar.
Sinop (MT), 12 de março de 2008
Jeferson Rodrigues Dorneles
Presidente”