Invasões recentes de centenas de pessoas e ameaças da chegada de mais gente ao maior assentamento de reforma agrária da América Latina, localizado em Itanhangá (região Norte), preocupam as quase 1,2 mil famílias que estão assentadas na propriedade há mais de 20 anos e lutam pela regularização da área.
O assentamento ganhou grande visibilidade após a Polícia Federal deflagrar a operação “Terra Prometida”, que visava desarticular organização criminosa que agia na área. De acordo com a PF, cerca de 90% dos lotes estavam nas mãos de 80 fazendeiros e haviam sido adquiridos por meio de ameaças ou tomados dos beneficiados por direito. Na última semana, uma Câmara Setorial Temática (CST) foi criada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso para discutir e propor soluções para a situação.
Fundado em 1995, o assentamento que possui 1.149 lotes, todos ocupados e avaliados individualmente em cerca de R$ 1 milhão. Em janeiro de 2015, representantes do Ministério Público Federal e do Instituto Nacional de Reforma Agrária se reuniram com o governador Pedro Taques. Na ocasião, o presidente do Incra, Carlos Guedes, colocou-se à disposição para o estabelecimento de parcerias que possibilitassem a regulação fundiária, informando que uma equipe atuaria em Cuiabá na construção de um plano de trabalho. Atualmente, esta equipe está sob coordenação do Incra em Brasília, com o qual nossa equipe não conseguiu contato.
(Atualizada às 11h20 6/2)