Exatos 20 anos após a morte do professor universitário Dário Luiz Scherner e de seu filho, Pedro César Scherner, a família das vítimas ainda aguarda o desfecho do caso. Isso porque diversos recursos impetrados pelo acusado do duplo homicídio, Francisco de Assis Vieira Lucena, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) impedem a definição da data em que ocorrerá o júri popular do acusado dos assassinatos, conhecidos nacionalmente como o “crime da casa de suspensão”.
Lucena viveu foragido durante 17 anos, sendo recapturado em outubro de 2008, em Osasco, município da Grande São Paulo, onde vivia escondido. Atualmente, ele ocupa uma das vagas da Penitenciária Central do Estado (PCE), onde aguarda a realização do júri. A família temia que a demora na localização do suposto autor causasse a prescrição do crime.
Para marcar a data, a viúva e os 2 filhos do professor marcaram hoje (27), às 18h30, missa que será celebrada na Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Cuiabá. “Voltamos para a Capital após muitos anos para recomeçarmos nossas vidas e acompanhar com mais proximidade o processo”, explica a filha de Dário, Giovana Scherner.
Ela, que estudou Direito apenas para poder ajudar com as investigações, conta que o clima entre os familiares das duas vítimas é o mesmo de 20 anos atrás. “Vivemos com uma dor que jamais acabará, mas nunca desistimos de ver a justiça ser feita”. A família chegou a se mudar para Brasília por conta do crime.
Um último recurso pedindo a desqualificação dos homicídios é o que falta para a definição da data do júri. “Queremos esclarecer a sociedade sobre o que ocorreu”. Em depoimento dado à Polícia Civil quando foi preso, Lucena afirmou que só falaria no júri.
Pai e filho foram assassinados no dia 27 de dezembro de 1991 por Francisco na oficina de propriedade do acusado, localizada na avenida Tenente Coronel Duarte, após uma discussão.