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Armas são apreendidas e desmatamento é identificado em operação no Nortão

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Após sete anos de briga judicial, mais de 700 pessoas, que haviam sido expulsas do assentamento Cooperativa Roosevelt, em Colniza, conseguiram ocupar novamente o local com o auxílio da Defensoria Pública. No dia 29 de setembro, após decisão judicial, os defensores públicos Air Praeiro Alves e Rogério Borges Freitas, na companhia do juiz da Comarca e de policiais militares deram início à reintegração de posse.

No curso da ação verificou-se que muitos pistoleiros daquela região ficaram incomodados com o retorno dos cooperados da Roosevelt àquela área. A Defensoria Pública decidiu, então, colher informações a respeito de quem seriam esses pistoleiros, para quais fazendas eles trabalhavam e onde poderiam estar escondidas as armas.

De posse das informações Rogério Borges encaminhou um pedido endereçado ao juiz de Colniza solicitando que fosse realizada uma operação policial para buscar e apreender armas de toda espécie naquela região. O juízo acatou plenamente o pedido, o Ministério Público avalizou a ação, e foi expedido o mandado de busca e apreensão em todas as fazendas vizinhas, com a indicação dos supostos pistoleiros.

Como resultado da operação, executada pela Polícia Militar, foram tiradas de circulação mais de 26 armas de grosso calibre, carabinas, revólver calibre 38 e pistola 380, além de muita munição. "O número pode não ser tão expressivo, mas para a região é uma quantidade muito grande de armas", frisa Rogério. Todo o material foi encontrado justamente nas fazendas investigadas e várias pessoas foram presas por porte ilegal.

Após a operação, os defensores públicos chegaram a receber ameaças de morte, mas não se mostraram intimidados, pois estão cumprindo o seu papel de lutar pelos direitos da população.

Crimes ambientais
Na mesma operação também foram constatados diversos crimes ambientais, como garimpos irregulares, desmate e queimada ilegais. "É impressionante o número de caminhões de madeira que saem dali sem nenhuma autorização. Vai tudo para Rondônia sem recolher um centavo de imposto. Nossa floresta está indo embora para o estado vizinho e ninguém fala nada", reclama o defensor público. "Naquela região, quem manda e desmanda são pessoas de Rondônia. Eles levam a madeira na cara dura, dia e noite tem caminhões puxando madeira", completa.

A Defensoria Pública pretende encaminhar cópia dos documentos, inclusive com fotos, para que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tome conhecimento da situação.

Rogério Freitas garante que se houvesse fiscalização por parte do Governo a realidade seria outra. Uma das recomendações, ao encaminhar as informações ao Estado, será a criação de um posto da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) na região. "O relatório da policia chegou recentemente em nossas mãos, e com base nele vamos instruir todos esses pedidos de providências, pelo menos para que o Estado se faça presente naquela região" garante o Defensor.

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