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Arcanjo tinha privilégios e recebia visitas diária; MP vai investigar

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A força de João Arcanjo parece não ter diminuído muito depois que sua mega-estrutura ruiu na Operação Arca de Noé e, dois anos depois, acabou preso. Conhecido no passado por suas estreitas ligações com as forças de segurança, Arcanjo demonstra não ter perdido o jeito. Trancafiado na Penitenciária do Pascoal Ramos, condenado a 43 anos por crimes de porte ilegal de arma e lavagem de dinheiro, e ainda com dezenas de processos por serem julgados, podendo inclusive enfrentar um Tribunal do Júri, o homem considerado chefe do crime organizado em Mato Grosso estava recebendo diariamente visitas na reclusão. Inclusive dos que foram presos nesta terça-feira, na Operação Arrego, desencadeada pelo Ministério Público Estadual.

Veja fotos da Operação Arrego clicando aqui

Foi a partir dessas idas e vindas de Giovani Rodrigues, genro do mafioso, que o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) iniciou seu trabalho de investigação. Mais que descobrir porque essa pessoa tinha quase que livre acesso pela penitenciária, os promotores desconfiavam de que a prática da ilegalidade comandada por Arcanjo continuava. E de fato! Arcanjo estava novamente sob o comando do jogo do bicho em Mato Grosso – contravenção que por muitos anos liderou os seus negócios. A jogatina continuava em Cuiabá, Várzea Grande, Tangará da Serra, Sinop e Cláudia.

“Agora sim, será importante saber quem está por trás dessas liberações de entrada fácil dentro da penitenciária porque, de alguma forma estava contribuindo para fomentar a prática criminosa” – disse uma autoridade ligada às investigações. Até aqui, há indicações de que a carceragem agia independente das autorizações judiciais. Contudo, os promotores acreditam que não. “O caso certamente será investigado”.

Além de Giovane Rodrigues (foto), que operacionalizava o jogo do bicho, foram presos na Operação Arrego os delegados Richard Damasceno, de Sinop, e, Helena Ylouise, de Claúdia, cidades do Norte do Estado. Também foram presos os policiais militares Vilmar Silva Pereira, soldados, Robson e Basílio, preso em Chapada, e Amiston, e mais um de Tangará da Serra. Os investigadores presos são Sílvia, do Cisc Coxipó e Hiroshi, do Cisc Planalto. Foi preso também o advogado de João Arcanjo, Sílvio Medeiros. Com ele mais quatro advogados.

No total, a Operação Arrego cumpre 17 mandados de prisão, três dos quais contra Arcanjo, que recebeu e assinou os mandatos dentro da própria penitenciária. As investigações comprovaram que ele comanda o jogo do bicho de dentro do Pascoal Ramos. Os presos vão responder por corrupção ativa qualificada e formação de quadrilha.

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