sexta-feira, 13/dezembro/2024
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Arcanjo fica até quarta-feira no Estado acompanhando depoimentos

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Depois de pouco mais de 2 meses, João Arcanjo Ribeiro volta à Cuiabá nesta semana. A partir de amanhã (18) ele acompanha, no Fórum da capital, o depoimento de cerca de 20 pessoas, entre testemunhas de acusação e defesa em 15 processos a que responde por suposta improbidade administrativa. Já na quarta-feira (20), a expectativa fica por conta do depoimento dele e de outros 14 réus nos mesmos processos.

A previsão do advogado de defesa de Arcanjo, Zaid Arbid, de que ele chegaria ao Fórum como um homem livre não se concretizou e, novamente, um forte esquema de segurança deverá ser adotado. Atualmente, Arcanjo está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), de onde só sai para as audiências dos processos nos quais é réu.

Por motivos de segurança, nenhum detalhe do esquema, como horário do vôo, local onde ele ficará entre as audiências e número de homens responsáveis pela escolta é revelado. Certo apenas que o aparato de segurança deverá, a exemplo do que ocorreu em outras ocasiões, chamar a atenção de quem passa.

O defensor alega que Arcanjo, preso há mais de 9 anos, já poderia obter a progressão de regime. Em março de 2006, as penas de Arcanjo somavam 49 anos, mas após diversos recursos, foram reduzidas para 16 anos e 4 meses o que justificaria a liberdade dele.

Entre os motivos pelos quais a previsão de Arbid não se concretizou estão as 5 prisões preventivas pelos homicídios de 9 pessoas. Em todos estes processos já existe a determinação de que Arcanjo seja levado a júri popular, mas a data de nenhum destes julgamentos foi marcada.

Na última vez que esteve em Cuiabá, em 26 de novembro, Arcanjo acompanhou o depoimento de 6 testemunhas de acusação, realizados na sala de audiência da 15ª Vara Especializada contra o Crime Organizado, Ordem Tributária, Econômica e Crimes contra a Administração. Pela falta de todas as testemunhas arroladas nos processos, as audiências foram redesignadas para esta semana.

Na ocasião, o advogado de Arcanjo afirmou que os depoimentos de duas testemunhas chamaram a atenção. Enquanto uma testemunha teria relatado uma suposta coação cometida por promotores, Zaid também contou que Edil Dias Corrêa, dono de uma empresa denunciada pelo Ministério Público durante a operação "Arca de Noé", entrou diversas vezes em contradição. O advogado, no entanto, não adiantou quais seriam estas contradições, mas garantiu que podem mudar os rumos do processo. "Acredito que ele não será condenado, porque não existem provas do envolvimento de Arcanjo".

Entre os 15 processos está uma ação penal que tem também como réus o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual José Geraldo Riva (PSD), e do conselheiro afastado do Tribunal de Contas Humberto Bosaipo, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

A ação se refere a 43 cheques nominais da AL emitidos na época em que ambos comandavam a Mesa Diretora da Casa. Durante a Arca de Noé, deflagrada em dezembro de 2002, foi constatado que os documentos de identidade dos sócios dessas empresas eram falsos, assim como as empresas não estavam legalizadas junto aos órgãos públicos. Conforme a denúncia do MP, 21 desses 43 cheques foram trocados na boca do caixa e alguns desses sacadores seriam assessores dos parlamentares. Parte desses cheques também teria sido trocada nas factorings de Arcanjo.

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