A proposta de criação da Floresta Pública Estadual do Vale do Juruena, iniciativa dos deputados José Riva e Eliene Lima (ambos PP), está sendo amplamente defendida pela sociedade, poder público e segmentos do extrativismo vegetal da região Extremo-Norte, economicamente sustentada pela madeira. Neste sábado (11), a cidade de Apiacás – sede detentora da área – debateu através de Audiência Pública realizada pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso, os benefícios de sua instituição. O sentimento popular é de que seja ‘estadualizada’ a floresta com exploração racional e sustentada de suas riquezas em detrimento da ‘federalização’ proposta pela União.
Desde o ano passado, período de incidência da ‘Operação Curupira’, a região vive processo de desgaste sócio-econômico sem precedentes. “A cidade está esvaziando”, reclamam lideranças políticas, empresariais e entidades de classe. E paralelamente a isso surge o pesadelo da reserva nacional que abocanharia quase 75% dos seus 2.036,619 ha, inviabilizando qualquer ação de exploração vegetal.
Buscar uma saída no sentido de amenizar a crise e restabelecer a economia o movimento pretende sensibilizar o governo federal. A mesma intenção aos representantes da bancada federal e parlamentares mato-grossense, representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e do governo estadual.
A Floresta Pública Estadual Vale do Juruena com área aproximada de 4.260 Km² (quatro mil duzentos e sessenta quilômetros quadrados) tem por objetivo o manejo de uso múltiplo e de forma sustentável dos recursos naturais renováveis, a manutenção da biodiversidade, a proteção dos recursos hídricos, a recuperação de áreas degradadas, a educação florestal e ambiental, a manutenção de amostras do ecossistema amazônico e apoio ao desenvolvimento sustentável dos recursos naturais das áreas limítrofes à Floresta Estadual Vale do Juruena.
De acordo com o deputado Riva a geração de emprego e renda estaria comprometida. “A criação do parque nacional está causando angústia à população. A sobrevivência econômica da região com geração de emprego e renda depende da madeira. Somos defensores da exploração racional e sustentável, mas somos contrários ao tamanho e modelo que está sendo proposto pelo governo”, explica Riva.
Riva cobrou empenho dos parlamentares acerca do envolvimento de cada um neste processo. “É preocupante a situação da região. Temos que ser mais racionais a estas questões, nossos parlamentares das bancadas estadual e federal precisam estar contribuindo com as discussões e agindo para que isto, que considero o caos, seja evitado”, argumenta.
Indagado sobre sua postura e idéia da estadualização da floresta Riva foi taxativo. “Seria uma insensatez da minha parte não estar ao lado desta população que sofre com a ação de quem não conhece a realidade. A reserva federal inviabiliza a geração de renda e compromete seu desenvolvimento”, finaliza.
Nova discussão, em Apiacás, acontece dia 21 próximo com representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama); Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema); Parlamentares; governos municipal e entidades do segmento.