O analista de sistemas do Instituto de Controle do Tráfego Aéreo (Icea), Vinicius Lanzoni Gomes, disse que informou às autoridades da Aeronáutica a existência de falhas no sistema de controle de tráfego aéreo três meses antes do acidente com o Boeing da Gol e o jato Legacy, no final de setembro do ano passado, em uma floresta a 200 km de Peixoto de Azevedo, no Nortão.
Por conta disso, ele disse que foi ameaçado de demissão no fim do ano. “Não posso ficar calado. Concluí que é melhor que eu pague do que a população brasileira pague”.
Lanzoni Gomes, que depõe na CPI do Apagão Aéreo da Câmara, disse que os controladores estão certos quando afirmam que o sistema induz a erro e compromete a segurança de vôo.
“Eles não podem falar porque usam farda, mas eu sou civil, sou descartável e não tenho nada a perder”. Para ele, “o Brasil está carente de um sistema de controle à altura das dimensões do espaço aéreo.
O analista de sistemas afirmou aos parlamentares que o problema do tráfego aéreo brasileiro não é falta de dinheiro. Segundo ele as causas da crise são “incompetência administrativa, má gestão do dinheiro público, falta de visão estratégica e inexistência de planejamento sério a médio e longo prazos”.
Lanzoni Gomes também afirmou que o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) não tem problemas financeiros. Para ele, a grande preocupação das autoridades do Decea é como justificar a eventual não-utilização desse dinheiro.