sexta-feira, 19/abril/2024
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Amazônia possui um dos solos mais ricos do mundo, diz pesquisa

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A Amazônia possui alguns dos solos mais ricos do planeta que podem transformar áreas áridas em terras férteis, afirmou hoje um pesquisador na assembléia anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês).

“O estudo das ‘terras pretas’ da Amazônia nos mostra como podemos restaurar solos degradados, triplicar os rendimentos das colheitas e, além disso, como podemos desenvolver tecnologias que previnam mudanças críticas no clima mundial”, disse Johannes Lehmann, do Departamento de Ciências de Cultivos e Solos na Universidade de Cornell (Nova York).

Lehman, durante a reunião da associação em St. Louis, Missouri, disse que os cientistas têm um método para reproduzir este tipo de solo, conhecido como “terra preta” da Amazônia que, com seu alto conteúdo de carvão vegetal, ajuda a extrair enormes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera terrestre.

Lehman é autor do livro “Terras pretas da Amazônia” publicado em 2003, que foi é o estudo mais amplo e profundo até agora sobre esse tipo de solo.

Os primeiros estudos das “terras pretas” foram realizados em 1874 pelo professor também da Universidade de Cornell, Charles Hartt.

Segundo Lehman esse solo é resultado do trabalho de milhares de anos de povos indígenas que usavam o método de poda e carvoeiras, em lugar de poda e queima.

Enquanto o método “poda e queima” usa fogos abertos que reduzem a biomassas a cinzas, o “queima e carvoeira” usa fogos de baixa intensidade e rescaldos cobertos com terra e palha, que excluem parcialmente o oxigênio.

Segundo Lehman, a “queima e carvoeira” capturam enormes quantidades de carbono durante milhares de anos e reduzem substancialmente as emissões de metano e óxido nitroso dos solos.

“O resultado é que é retido quase 50% do carbono da biomassas”, acrescentou. “Com a retenção de enormes quantidades de carbono esta técnica constitui uma captura muito mais prolongada e significativa de dióxido de carbono atmosférico que qualquer outra opção, o que a torna uma ferramenta poderosa para mitigar a mudança climática”.

Lehmann e seus colaboradores calcularam que poderia ser reduzido cada ano até 12% das emissões de carbono produzidas pela atividade humana se fosse empregada a “poda e carvoeira”, em lugar da “poda e queima”.

A aplicação do conhecimento das “terras pretas” à forma contemporânea de lidar com os solos também poderia reduzir a poluição ambiental porque diminui as quantidades de adubos necessários para os cultivos, já que o carvão vegetal ajuda a reter o nitrogênio no solo, da mesma forma que altos níveis de fósforo, enxofre e matéria orgânica, acrescentou.

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