Exploração sexual, bullyng e violência contra a mulher são alguns dos temas tratados pelos atores do grupo teatral que está percorrendo escolas de Várzea Grande na programação que antecede ao dia “18 de Maio” – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes. Na quarta-feira (30), as atividades foram realizadas na escola municipal Júlio Correa, no bairro São Mateus. A equipe do projeto Fortalecer, desenvolvido pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso em parceria com a Univag e prefeitura, por meio das secretarias de Educação e Assistência Social, coordena as ações.
Além de assistir a peça teatral, os alunos da unidade escolar contemplada com o projeto também participaram de rodas de conversas sobre os temas abordados pelos atores. Por cerca de meia hora, as crianças com idade entre 10 a 11 anos receberam informações sobre aspectos relacionados ao abuso e a violência sexual.
De acordo com a coordenadora executiva do Projeto Fortalecer, Elizabete de Paula Nascimento e Silva, a escola Júlio Corrêa apresenta uma série de problemas. Além de deficiências estruturais, a unidade escolar enfrenta dificuldades com a indisciplina dos estudantes, evasão e defasagem na aprendizagem. O histórico familiar de vários alunos que frequentam a escola apresenta problemas relacionados às drogas, maus tratos e prática de crimes.
O aluno J.V, 11 anos, é uma dessas vítimas. Depois de ficar alguns dias sem ir a escola, a assistente social que integra a equipe do Fortalecer, Ana Tereza Barreto, foi atrás de respostas e se deparou com uma família desestruturada. Em uma casa com apenas três cômodos, oito netos dividem espaço com a vó. Sozinha, ela tem que cuidar das crianças para que a filha trabalhe.
“O J.V não queria mais ir a escola e ficava o dia inteiro soltando pipas e andando pelo bairro. Ao depararmos com essa situação, chamamos ele para conversar e passamos a dar uma atenção especial para essa família. Hoje, ele já voltou a frequentar a escola, e estamos acompanhando de perto essa situação”, destacou a assistente social.
O acompanhamento realizado pelo projeto, segundo ela, abrange uma série de encaminhamentos, entre eles, para tratamento médico, emprego e aposentadorias. No ano passado, 220 famílias foram atendidas.