Municípios da região Norte, que integram os consórcios Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do Vale do Teles Pires (CIDVAT) e dos Resíduos Sólidos, se reuniram com representantes da multinacional italiana Promeco, esta semana, para apresentar o sistema de tratamento de resíduos sólidos que deverá ser implantado em Alta Floresta. A ação encampada pela Ong Sociedade Formigas e prefeitura busca regularizar a situação do aterro sanitário e resultou na elaboração de um projeto para instalação de uma usina de triagem da multinacional, que trabalha na área de elaboração de sistemas de tratamentos de resíduos sólidos.
A proposta feita ao CIDVAT é de que a usina seja instalada em Alta Floresta com uma estação de transbordo – empacotadeira, em Apiacás, dando destinação correta para os resíduos produzidos nos municípios de Nova Bandeirantes e Nova Monte Verde.
Orçada, segundo projeto feito pela Promeco, em 14 milhões de Euros, a usina poderá ser financiada pelo CIDVAT, uma vez que as prefeituras não podem buscar recursos no exterior, visto que o recurso é liberado pelo governo italiano através de instituições financeiras com sede no Brasil. Com isso as prefeituras ficariam isentas de qualquer dívida em relação ao financiamento.
Caso se concretize a implantação deste projeto, os municípios assinarão um contrato onde serão responsáveis em fornecer o resíduo, ou lixo, para que a usina possa trabalhar e produzir carbono e energia, que poderão ser comercializados entre os próprios municípios, gerando receita para o consórcio pagar as parcelas do financiamento que poderá ser feito em até 10 anos. Com a implantação desse sistema de tratamento, a produção, em média, será de 100 toneladas/dia, gerando 100 empregos diretos e outros 150 indiretos.
Segundo os representantes da Promeco, caso seja firmada a parceria, a usina já poderá começar operar em um ano. O transporte dos resíduos dos municípios até o aterro sanitário será de responsabilidade do consórcio, que administrará a usina.
O material reciclado, como plástico e papelão, será comercializado na tabela da Bolsa de Valores. A garantia do pagamento da dívida será dada pela própria usina que terá uma renda líquida de 1,8 milhões de Euros, segundo apresentaram os representantes da Promeco. “Além de ficar menos oneroso, haja vista que esse lixo terá destino certo. Esse projeto é a solução para os municípios”, analisa Silda Kochemborger, prefeita de Apiacás.
O prefeito de Paranaíta e presidente do CIDVAT, Pedro Alcântara, destacou a iniciativa dos prefeitos do consórcio (Alta Floresta, Carlinda, Paranaíta, Nova Monte Verde, Nova Bandeirante e Apiacás) em buscar um sistema de tratamento dos resíduos sólidos visando resolver um grande problema da região. “Vamos ver tecnicamente a possibilidade, é claro passando pelos nossos jurídicos, para que a gente possa bater o martelo fechando o contrato com o banco”, concluiu.