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Alta Floresta: “maníaco da lanterna” é condenado 32 anos de prisão e a pagar R$ 50 mil para família de mulher assassinada

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Cláudio de Souza, 46 anos, conhecido nacionalmente como “maníaco da lanterna”, foi condenado a mais 32 anos e seis meses de reclusão. Após os jurados o considerarem culpado pelo assassinato de Geyle Cristina da Silva Vieira, ocorrido no dia 19 de dezembro, em Alta Floresta, a sentença foi fixada pelo juiz Roger Augusto Bim Donega. O magistrado determinou ainda que o cumprimento da pena será inicialmente em regime fechado.

Ao justificar a sentença, o juiz levou em conta a reincidência do réu. "Em crimes desta natureza há que se deixar a hipocrisia de lado e olhar para o psicopata que está sob julgamento que jamais terá condições de conviver em sociedade, deve ficar isolado, pois sua mente não funciona como as demais, é completamente torta, o arrependimento não existe em seu vocabulário, sendo completamente desprovido de sentimento moral e consciência comum, não nutre amor por quem quer que seja, funciona como uma máquina de matar na forma humana, verdadeiro predador social".

Roger também fixou uma sentença reparatória de danos a ser paga aos familiares da vítima, no valor de R$ 50 mil. "Outra não é a hipótese senão pelo reconhecimento do dever de indenizar do réu aos familiares da vítima em razão de sua conduta e modus operandi. Assim, ao perpetrar o delito em questão, por óbvio causou graves danos e abalos aos familiares da vítima que devem ser ressarcidos conforme determina o dispositivo legal mencionado alhures".

A denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) aponta que Cláudio conhecia Geyle. Conforme as investigações, eles se encontraram no bairro Jardim das Flores, onde ingeriram bebidas alcoólicas juntos, em um bar. Segundo a denúncia, Geyle tinha uma suposta dívida com o acusado. Por este motivo, ele a obrigou a caminhar até uma estrada, onde, com uma espingarda calibre 20, a assassinou. Em seguida, usando um “enxadão que havia deixado naquelas proximidades” enterrou o corpo.

Cláudio foi condenado por homicídio qualificado, cometido por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. Também foi sentenciado por ocultação de cadáver. Ele pode recorrer da sentença. O júri foi realizado no último mês e a sentença foi publicada na semana passada.  

No último dia 28, Cláudio também deveria ter ido a julgamento pela morte de Maria Célia da Silva Santos, em fevereiro de 2005, em Alta Floresta. No entanto, em razão da greve dos caminhoneiros, a sessão foi remarcada para o dia 12 de junho. Nesta ação, o suspeito responde por homicídio qualificado, cometido por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

Maria Célia desapareceu no dia 8 de fevereiro, e foi vista pela última vez no estádio Jair Mariano. Uma testemunha (um rapaz) relatou que conhecia a vítima há quatro anos e a encontrou em um baile de carnaval. Ele contou que foi até o estádio, onde manteve relações sexuais com Maria. Quando se preparavam para ir embora, perceberam que o short dela havia sumido. Ele então teria retornado para o baile, para pegar um celular. No local, encontrou um primo que se prontificou a ir até o estádio prestar ajuda. No entanto, ao retornar, não encontrou Maria e foi embora.

A testemunha informou que ficou sabendo do desaparecimento somente no dia seguinte, após o irmão da vítima o procurar perguntando por ela. Ao ouvir proprietários de um estabelecimento comercial localizado perto do estádio, a Polícia Civil descobriu que Cláudio havia sido visto no local na noite do crime. Uma bolsa que pertencia ao criminoso (cabelos deles foram localizados no objeto) ainda foi achada em um matagal nas proximidades.

Ao confessar o crime, em julho de 2008, Cláudio alegou que deu uma carona de bicicleta para Maria Célia. Segundo ele, a vítima percebeu a espingarda que estava em sua cintura e começou a fazer questionamentos. Por medo de ser denunciado, confessou que atirou no peito dela e a enterrou em uma área perto da Primeira Leste.

Em agosto de 2017, conforme Só Notícias já informou, Cláudio foi considerado culpado pelo duplo homicídio de Liania de Souza Alves e Antônio Batista de Souza Filho. As vítimas foram mortas a tiros e os corpos encontrados em julho de 2006. A sentença de 25 anos de prisão em regime fechado foi fixada pelo juiz Douglas Bernardes Romão.

Douglas Bernardes também pronunciou Cláudio, ainda no ano passado, pelo assassinato de Sirlene Ferreira de Souza. O crime ocorreu em julho de 2003, em uma residência, no bairro São José Operário. Consta no processo que “Peninha”, como também era conhecido, teria discutido com a vítima e, em seguida, a matou com um tiro de espingarda na cabeça. Pelo crime, Cláudio teve outra prisão preventiva cumprida.

Em outubro de 2016, o “maníaco da lanterna” foi condenado pelo juiz a mais 27 anos de prisão pelo latrocínio do guarda noturno Armandio da Silveira, ocorrido em 8 de dezembro de 2001, no pátio de uma madeireira na vicinal 2ª Leste, em Alta Floresta. As investigações apontaram que Cláudio se aproximou e desferiu vários golpes com um pedaço de madeira na cabeça da vítima, que estava sentada. O objetivo do crime, segundo consta no processo, era roubar um revólver calibre 38, utilizado por Armandio.

Cláudio de Souza foi preso em 2005, mas conseguiu fugir. Ele foi recapturado meses depois e, desde então, está no presídio Osvaldo Florentino Leite, o  “Ferrugem”, em Sinop, onde cumpre mais de 80 anos de pena. Ele é acusado de assassinar 11 pessoas e também responde por acusações de estupro.

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