A chapa PSDB/PFL definiu hoje que os gastos na campanha presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB) podem chegar a R$ 85 milhões. O valor é próximo ao teto definido para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fixado em R$ 89 milhões.
O valor anunciado contrasta com o discurso de Alckmin de que fará a campanha com as “sandálias da humildade” e com “o menor gasto possível”.
“Nós faremos uma campanha pé no chão, com humildade. Será uma boa campanha com o menor gasto possível”, disse Alckmin, após reunião com a coordenação política da campanha.
O valor que os candidatos pretendem gastar nas campanhas é uma determinação da lei eleitoral. Definido o teto, eles ficam proibidos de ultrapassar este patamar. Por essa razão, a maioria dos candidatos estabelece um teto alto para não ter problemas com a Justiça depois da campanha caso a arrecadação supere as expectativas.
Como os valores são próximos, Alckmin evitou polemizar o teto definido pelo PT. “Não quer dizer que ele vai gastar tudo isso”, esquivou-se.
Alckmin esteve em Brasília hoje para participar de reunião da coordenação política de sua campanha. No encontro, ficou definido que ele irá percorrer o país até o final do mês, quando a campanha ainda não for permitida no rádio e na televisão. Amanhã o candidato estará em Santa Catarina.
O candidato tucano levou para a reunião um livro que registra todas as 1.431 anestesias que ele aplicou em pacientes quando atuava como cirurgião na rede pública de saúde de Pindamonhangaba de 1979 a 1986. Ele disse que encontrou o livro quando foi procurar seu diploma de medicina.
O registro revela uma característica do candidato: a organização. O próprio Alckmin marcava todos os dados dos pacientes, o valor das consultas, a maioria delas pagas por convênios, e o tipo de cirurgia. Ele disse que pretende manter o estilo se assumir o Planalto.