Com o cancelamento de 20 linhas precárias em algumas regiões do Estado pela Ager, sem direito a recurso (caracterizou-se o quadro de desistência ou total ineficiência nos serviços pretendidos), algumas empresas de transporte clandestino podem estar se aproveitando para operar os setores, normalmente já servidos por outras oficialmente regulamentadas.
Mas, em que pese eventualmente o fator de busca por economia, de passagens mais baratas, embarcar em veículos não credenciados pela AGER pode implicar em prejuízos diversos, inclusive com sérios riscos à segurança da própria vida dos usuários.
A advertência foi feita pela presidente da Ager, Márcia Vandoni. Ela enfatiza que a instituição está ciente da existência e operação de transporte clandestino de passageiros em várias regiões de Mato Grosso. O problema também será tema do próximo encontro do Conselho Estadual do Transporte, com os estudos e sugestões para licitação de algumas linhas sendo encaminhados posteriormente à Secretaria de Infra-Estrutura do Estado, que é poder concedente.
“A Ager vem desenvolvendo estudos nesse sentido, e apresentará sua posição ao Conselho. Caberá depois à Secretaria de Infra-Estrutura emitir um parecer a respeito da oficialização do processo licitatório para determinados trechos no Estado. Estamos conscientes do problema e queremos resolvê-lo no menor prazo possível”.
Conforme a presidente Márcia Vandoni, as empresas clandestinas operam valendo-se das grandes dimensões territoriais de Mato Grosso. “Muita gente não sabe, mas ao embarcar num veículo clandestino, sem o selo da Ager, está correndo riscos de se acidentar e não ter direito a qualquer cobertura de seguro. É uma das características da clandestinidade: o passageiro viaja por seus próprios riscos. Ademais, muitas dessas empresas não atendem um terço das exigências que a Ager estabelece como essenciais para o transporte de passageiros. Estamos atentos e continuaremos coibindo as irregularidades. As empresas precisam cumprir ao menos as exigências estabelecidas pela Diretoria Executiva da Ager/MT”. (Ver critérios no site www.ager.mt.gov.br)
Com base nisso, a proposta da Ager é ampliar o corpo de fiscalização, com treinamentos específicos. “A qualificação da área de fiscalização é uma necessidade. Vamos dar ênfase à proposta”, disse ela.