A defesa do cirurgião plástico Samir Kehdi contesta informações que constam no laudo de necropsia que levou à morte a gerente administrativa Rosimére Aparecida Soares, 30, por perfuração na veia cava inferior. Samir foi indiciado na quarta-feira, por crime de homicídio culposo (sem intenção).
O advogado Marcos Souza declarou ainda que solicitará todos os procedimentos necessários para que a verdade prevaleça.
Segundo o advogado, o laudo não é conclusivo sobre que objeto contundente teria causado a perfuração e conseqüente hemorragia na vítima. “Dúvidas sempre pairam. Ainda resta saber o trajeto percorrido. Esta é a discussão que terá de ser realizada em tempo oportuno”. Rosimére morreu após ser submetida a lipoaspiração.
“O doutor Samir, em momento algum, foge da verdade ou da responsabilidade, mas vai procurar todos os meios legais para se defender. Ele não acredita que tenha cometido erro médico”.
Segundo o advogado, ele não irá requisitar à autorização a exumação do cadáver novamente de Rosimére uma vez que o exame poderá não responder as dúvidas em razão do tempo de falecimento da jovem. Apesar do corpo ter sido embalsamado a pedido da família, ele acredita que a perda de tecido pode trazer prejuízos incorrendo em erro. “Vamos usar de todos os instrumentos para que a informação seja verificada. Vamos discutir durante o processo”.
Além de responder criminalmente pela morte de Rosimére, o cirurgião plástico também será submetido a procedimento ético-profissional. Em 7 de fevereiro o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM/MT) abriu sindicância para apurar a situação e agora vai ser submetido a análise por um procedimento ético-profissional. É garantida ampla defesa ao cirurgião e o processo administrativo pode resultar em suspensão ou cassação da habilitação
A mãe da jovem, Suede Clemente, frisa que percorrerá todas às instâncias para que a morte de sua filha “não passe em branco”.
Rosimére tinha um filho de nove anos.