O médico Luiz Fernando Guimarães de Amorim e o gesseiro Edinaldo Pereira Borges, suspeitos de integrar um esquema de vendas de vagas de cirurgias no Pronto-Socorro de Várzea Grande, foram demitidos da unidade pública nesta terça-feira (6). Segundo o diretor geral do hospital, Geraldo Luiz de Araújo, a unidade também solicitou abertura de sindicância para investigar a participação dos profissionais na situação.
O caso foi encaminhado para a Secretaria de Saúde do município, que nos próximos dias deve apresentar os servidores que irão compor os trabalhos de investigação administrativa. Geraldo explica que o secretário da pasta, Marcos José da Silva, recebeu os primeiros resultados das investigações que estão sendo feitas pela Polícia Civil.
O esquema de vendas de vagas no Pronto-Socorro de Várzea Grande veio à tona após a prisão de Edson Fernando da Silva, 48. Ele atuava como porteiro no hospital público e foi detido em flagrante, momento em que recebia dinheiro pela realização de uma cirurgia ortopédica feita no Hospital Metropolitano de Várzea Grande, unidade pública administrada pelo Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas).
Entenda o caso – No dia 19 de fevereiro, Albertina Pimentel foi encaminhada ao PS de Várzea Grande com fraturas na perna esquerda, após se envolver em um acidente de trânsito. Seu marido, Mário Aparecido Silirios, ao perceber que ela precisaria esperar dias para realizar uma operação, se desesperou.
No mesmo dia, um funcionário do hospital, conversou com Mário, informando que conhecia um médico por nome de Amorim, que faria o procedimento pelo valor de R$ 6,5 mil. O homem negou. No dia 20 de fevereiro, Edson conversou com o esposo de Albertina e falou sobre o médico Rafael Frederico Vaz Curvo. A cirurgia iria custar R$ 2,5 mil e seria feita em um hospital particular.
O fato é que após 3 dias, a mulher foi transferida para o Metropolitano, onde realizou o procedimento médico. Ao notar que a unidade era pública, Mário entrou em contato com a direção do local e comunicou a existência do esquema. Coordenadores do Ipas registraram boletim de ocorrência e uma operação organizada pela Polícia Civil conseguiu prender Edson no momento em que ele recebia parte do dinheiro da cirurgia.
Inquérito – O delegado Fábio Silveira, responsável pelas investigações, informou que a superintendente de Registro, Controle e Avaliação da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), Ivana Mara Matos Melo, confirmou em depoimento que o médico Rafael Vaz Curvo entrou em contato com a Central de Regulação solicitando a transferência de Albertina para o Metropolitano.
Os médicos Rafael Vaz Curvo e Luiz Fernando Amorim foram ouvidos na última semana e negaram participação no esquema. Já o gesseiro Edinaldo Pereira informou à Polícia que não trabalhava na unidade naquele dia.