
Consta no processo que o caso aconteceu em fevereiro de 2005, em uma residência, no bairro Maria Carolina. Uma das vítimas, Leó Melgar, 51 anos, dono da casa, declarou que o acusado, que era seu vizinho, estava jogando “truco” com alguns colegas. A vítima contou que fez um comentário sobre o jogo, o qual não teria agradado o réu. Em razão disso, o suspeito teria “partido para cima” de Léo. Segundo ele, ninguém havia percebido que o acusado estava armado.
De acordo com esta versão, o primeiro atingiu a perna de Léo. O segundo acertou uma cadeira, com a qual vítima tentava se proteger. O terceiro, por outro lado, teria atingido a boca do irmão dele, Leandro Pouquiviqui, 38 anos. Uma quarto disparo ainda teria acertado, de raspão, a cabeça de um homem não identificado totalmente no processo. Léo ainda garantiu que o suspeito puxou o gatilho contra sua esposa, no entanto, a arma já estava desmuniciada.
O réu, ao ser interrogado, negou as acusações. Ele confirmou que estava no local, onde algumas pessoas jogavam truco, mas garantiu que não participava do jogo. O suspeito contou ainda que, ao ouvir os tiros, saiu correndo, sem saber quem havia disparado, e que não possuía qualquer tipo de desavença com as vítimas. Em alegações finais, no entanto, a defesa alegou que o réu agiu em legítima defesa, após “agressão injusta provocada pela vítima”.
Para a magistrada, “a materialidade dos crimes apurados encontra-se comprovada, bem como foram coligidos indícios suficientes de autoria para o encaminhamento do réu para julgamento pelo Tribunal do Júri”. Apesar disso, ela deu ao suspeito o direito de recorrer da sentença de pronúncia em liberdade. O acusado não está preso.


