Começa hoje, em São Paulo (SP), o júri popular do acusado de matar o jovem cuiabano Alexandre Andrade Reyes. Ele foi morto com um tiro na nuca após uma discussão de trânsito na capital paulista em 2008. Reyes, à época com 18 anos, era passageiro de um veículo cujo motorista se envolveu em uma discussão. O autor do disparo foi o comerciante Ismael Vieira da Silva, 26.
O pai do estudante, Heitor Geraldo Reyes, está confiante na realização do júri e na condenação do assassino de seu filho. “Não é possível que um homicida saia impune. Espero que seja feita justiça”. Durante os 3 anos, Silva ficou preso apenas por pouco mais de 2 meses. Além de ter fugido do flagrante, ele recebeu o benefício da liberdade provisória.
A Justiça já havia marcado, em outra ocasião, o júri, mas ele foi cancelado atendendo pedido da defesa do acusado, uma vez que nem todas as testemunhas haviam sido localizadas. “É uma tática deles para protelar o julgamento. Mas acredito que hoje esse julgamento ocorra”.
A discussão começou por conta de uma freada brusca em uma lombada, na zona Sul de São Paulo. Além do bate-boca, Silva desceu do carro e agrediu o motorista do carro onde estava o jovem, Fernando Darson Pereira. Não satisfeito, voltou ao carro, uma caminhonete vermelha e pegou a arma disparando na direção do veículo.
Reyes, atingido na nuca, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. À época, ele cursava o terceiro ano do ensino médio, estagiava e se preparava para prestar vestibular para engenharia mecânica.
Silva, que não tem porte de arma, alegou legítima defesa. Ele já possuía passagem na polícia por receptação de veículo roubado. O júri será realizado na 1ª Vara Criminal de São Paulo, no Fórum Ministro Mário Guimarães, Barra Funda.