Índios das tribos Caiapó e Juruna -que moram nas reservas Metruktire e Capoto onde caiu o boeing da Gol- começaram hoje a auxiliar os mais de 100 militares nas buscas dos últimos nove corpos. Os índios auxiliarão na abertura de picadas na mata, já que conhecem bem a área. Pelo menos 12 guerreiros chegaram a ir até uma parte onde estava os destroços mas acabaram voltando por determinação das equipes de buscas. Ontem à tarde, o administrador da Funai na região Norte, Megaron Tchucarramãe (sobrinho do cacique Raoni) reuniu-se com o coordenador-geral da operação de buscas major-brigadeiro-do-ar Antônio Gomes Leite Filho, o chefe de gabinete da Fundação Nacional do Índio, Moacir Cordeiro de Melo e o coordenador-geral de assuntos externos Michel Blanco Maia e Souza para definir o auxílio dos indígenas aos militares.
As buscas já completam 12 dias e os despojos mortais de 145 pessoas que estavam no avião foram resgatados na mata e trasladados para o IML em Brasília.
“Lá em cima nós conhecemos bastante, mas aqui embaixo a casa é deles”, disse o major, em entrevista a Renato Biazi, da Tv Centro América.
As equipes de busca acreditam que os destroços da aeronave possam estar num raio de aproximadamente 10 km quadrados, já que, ao que tudo indica, a aeronave se despedaçou no ar. Macacos hidráulicos e colchões pneumáticos também estão sendo usados para suspender os destroços do trem de pouso (que tem cerca de 15 toneladas), das asas e outras partes da fuselagem, já que as equipes suspeitam que possam ter vítimas embaixo de destroços do avião.
Após serem localizados, os corpos são encaminhados à Fazenda Jarinã, que funciona como base para os militares e onde peritos fazem coleta de material para o exame de identificação. Apenas dois, dos nove peritos que faziam os trabalhos, continuam no local. Com a localização dos últimos nove corpos, somente militares continuarão no local para fazer buscas por peças que possam auxiliar nas investigações, entre elas um cilindro da caixa preta.
(Atualizada às 12:21hs)