Mário Jorge Lobo Zagallo está imortalizado no estádio do Botafogo. Nesta terça-feira, o ex-jogador foi homenageado pelo clube de General Severiano com uma estátua nos arredores do Engenhão. A escultura, produzida pelo artista plástico Edgar Duvivier, foi financiada pelo Alvinegro e CBF (Confederação Brasileira de Futebol), e está localizada no setor oeste do estádio, ao lado de outros três grandes nomes da história do clube e da Seleção: Nílton Santos, Jairzinho e Garrincha.
Ao contrário dos outros três, que foram representados com a camisa do Botafogo, Zagallo está trajando o uniforme da Seleção Brasileira. Isto porque, com a amarelinha, ele conquistou quatro títulos mundiais, entre presenças como jogador (1958 e 1962), treinador (1970) e auxiliar técnico (1994).
Além de Zagallo, a cerimônia contou com a presença de dirigentes do Botafogo, do presidente da CBF, José Maria Marin, do coordenador técnico da Seleção, Carlos Alberto Parreira, e do ex-atacante Amarildo. Cerca de 100 torcedores também compareceram ao evento.
"Sabia que essa homenagem aconteceria. Só pedi a Deus para que estivesse vivo quando acontecesse. Minha esposa faleceu com 81 anos e não teve a oportunidade de ver. Já tinha três bustos: um em Maceió, um em Caxias e um no Maracanã. Agora tenho um de corpo inteiro no Engenhão", disse Zagallo, que completa 82 anos no próximo sábado.
O ex-jogador e treinador ainda revelou detalhes e brincou sobre a posição de sua estátua. "A pose da estátua eu que escolhi, através de uma foto. Para mostrar que eu não era um jogador apenas de aplicação tática, mas que também sabia lidar com a bola. Por isso estou ali fazendo embaixadinha, até para diferenciar das outras", sorriu.
Questionado sobre os méritos do Botafogo, atual líder isolado do Campeonato Brasileiro, Zagallo rasgou elogios a dois jogadores: Seedorf e Vitinho. "Temos que falar aqui, que apesar de holandês, o Seedorf é o grande craque do futebol brasileiro", disse para o aplauso dos torcedores presentes, antes de completar: "O Vitinho é espetacular. Esse garoto já nasceu craque. Um exemplo para as categorias de base. Faz parte de um grande time e que poderá dar muitas alegrias à torcida".
Já no fim da cerimônia, Zagallo, jogador do Botafogo entre 1959 e 1965, ressaltou a importância de receber uma homenagem como esta. "Isso é o mais legal. Saber que estou fazendo algo que poderá ser para a eternidade. Que os mais jovens poderão vê-lo no Engenhão e pesquisar, saber quem foi o Zagallo. Me sinto muito honrado", encerrou.