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Valdivia e Kardec vencem antijogo do Braga e mantêm Verdão na ponta

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O Palmeiras encontrou nesta sexta-feira, no Pacaembu, um adversário disposto a derrotá-lo mesmo sem usar a bola. Mas as faltas violentas e a cera do Bragantino foram superadas com brilho. Golaços de Alan Kardec e Valdivia definiram a vitória por 2 a 1 que ratificam o Verdão como dono da primeira posição, para aplauso dos quase 21 mil torcedores presentes.

O Mago, mais uma vez, foi decisivo. Aos 42 minutos do primeiro tempo, foi acionado em contra-ataque e driblou quem estivesse à sua frente até entregar para Alan Kardec bater com curva e precisão no ângulo. Na etapa final, aos 17 minutos, recebeu de Charles e deu um belo arremate, também acertando o ângulo do goleiro Leandro Santos.

Os lindos lances superaram no placar o antijogo do Bragantino, que teve um jogador expulso somente aos 23 minutos do segundo tempo, quando Elias agrediu Valdivia. Charles, contudo, se irritou com a violência da equipe de Bragança Paulista e também recebeu cartão vermelho, cinco minutos depois. Mas o vencedor já estava definido. O gol de Kadu aos 43 minutos do segundo tempo não mudou nada além do placar.

Agora com 28 pontos, o Palmeiras volta a entrar em campo na terça-feira, quando enfrentará o São Caetano no ABC paulista às 19h30 (de Brasília). No mesmo dia, mas às 21h50, o Bragantino, que estaciona nos 15 pontos e segue na faixa intermediária da tabela, recebe o Avaí.

O jogo – Gilson Kleina não teve a ousadia que muitos torcedores lhe cobraram na goleada sobre o Icasa: em vez de aumentar a ofensividade do time com a entrada de Alan Kardec, colocou o centroavante na vaga de outro atacante, Vinicius. Ao menos, promoveu a entrada de Valdivia, mais descansado, e escalou Fernando Prass mesmo após o goleiro ter machucado o tornozelo direito.

A aposta era na movimentação de Valdivia para ajudar Leandro, além de liberar as subidas de Wesley e Charles, todos com Alan Kardec como referência. Logo no primeiro minuto de partida, a movimentação não deu certo e só parou em falha do centroavante ao dominar a bola na pequena área. Mas o camisa 14 não foi o maior empecilho da equipe.

O Bragantino espalhou seus jogadores deixando dois como bloqueio à saída de bola alviverde, alternando-se na marcação entre os laterais e zagueiros da equipe anfitriã no Pacaembu. E haviam sempre quatro ou seis atletas do time interiorano para cercar Márcio Araújo, Charles e Wesley e, ao mesmo tempo, isolar o trio ofensivo.

Taticamente, uma boa distribuição. Mas os comandados de Vagner Benazzi tinham como ordem não permitir o toque de bola do Verdão de maneira nenhuma. A missão foi cumprida à risca: o clube alvinegro cometeu faltas, muitas delas violentas, ao longo do gramado, fazendo um rodizio para evitar expulsos. E tudo com a conivência do árbitro Guilherme Certta de Lima, nada rigoroso ao aplicar cartões.

Quando conseguiu escapar das entradas adversárias, o Palmeiras criou primeiramente três boas oportunidades. Uma em roubada de bola de Leandro que o próprio atacante chutou rente à trave e outras em jogadas de Luis Felipe, que viu um forte arremate seu parar nas mãos do goleiro Leandro Santos e tocou para Charles cruzar na área e Leandro, na sobra, chutar em cima do camisa 1 do Bragantino.

Mas o Verdão, tenso, passou a ter o toque de bola realmente prejudicado pela estratégia adversária, e a equipe de Bragança Paulista mostrou que, além de bater, também tem condições de levar perigo com a bola nos pés. E aproveitou as deficiências defensivas de Luis Felipe. Uma falta cometida pela lateral direito virou cobrança rente ao travessão de Diego Macedo e, na jogada seguinte, nas costas de Luis Felipe, Léo Jaime bateu rente à meta de Fernando Prass.

Disposto a somar ponto no Pacaembu, o Bragantino passou a fazer cera. O goleiro Leandro Santos foi o principal ator na tarefa, demorando a pegar com as mãos bolas que estavam ao seu alcance, alegando dores frequentemente e até paralisando a partida para que um zagueiro amarrasse sua chuteira.

O Palmeiras, porém, estava disposto a agradar à torcida que enfrentou trânsito para aparecer em bom número e impôs seu toque de bola trocando passes em velocidade, dificultando a ação das faltas do time do interior. Virou frequente ver um bate-rebate na área dos visitantes. Em um deles, aos 37 minutos, Valdivia foi parado na pequena área por Leandro Santos.

A sequência de chances perdidas animou o Bragantino. E abriu o placar para o Verdão. Em uma troca de papéis, o time paulistano teve um contra-ataque a seu favor e tinha um a mais por conta de uma lesão aparentemente verdadeira do adversário. Em velocidade, Márcio Araújo tocou para Valdivia sair do campo de defesa driblando quem estivesse à sua frente, inclusive deixando um marcador no chão, até rolar para Alan Kardec, de primeira, chutar com curva e precisão no ângulo de Leandro Santos. Um golaço, aos 42 minutos.

O lance, enfim, permitiu ao Palmeiras a superioridade em um jogo mais limpo. Sem organização ofensiva, o Bragantino tentava impor velocidade, mas raramente criou perigo de novo. E o cansaço acabou com a estratégia defensiva de Vágner Benazzi, dando campo ao Palmeiras, exatamente como Gilson Kleina e a torcida queriam.

O segundo gol era questão de tempo. O palmeirense estava até se cansando de levantar ou se apoiar nas pontas dos pés nas arquibancadas e numeradas do Pacaembu para ver a conclusão de uma jogada ofensiva que levava perigo ao goleiro Leandro Santos. O Bragantino já não conseguia nem responder aos gritos de "timinho" da torcida.

Aos 17 minutos, Valdivia fez, mais uma vez, a festa de seus fãs. Dessa vez, contudo, sendo o principal responsável por isso, e aproveitando de novo um desarme. O assistente foi Charles, que recuperou a bola e a entregou para o chileno chutar de fora da área com precisão, em mais um belo lance a favor do Verdão.

Sem qualidade para fazer algo perigoso com a bola, o Bragantino só desistiu da cera, mas continuou fazendo faltas, inclusive distribuindo cotoveladas, aparentemente com a intenção de expulsar Valdivia. Mas acabou ficando com um a menos exatamente em jogada sobre o chileno, na qual Elias levou o cartão vermelho.

Antes de sair, porém, o jogador do Bragantino provocou Valdivia. E alguns torcedores deixaram de gritar "olé" para pedir a saída do chileno, temendo sua expulsão. Aos 29 minutos, o Palmeiras também ficou com dez ao Charles receber o vermelho e o controle ganhou doses de tensão, exposta com broncas de Fernando Prass em seus defensores.

Já com Mendieta no lugar de Valdivia e até vendo a estreia de Eguren, a torcida se irritou novamente apenas quando o Bragantino voltou a apelar às faltas. Mas nada que atrapalhasse a conquista dos três pontos. Mesmo o gol de Kadu, aos 43 minutos, após bate-rebate na área de falta cobrada por Léo Jaime, não foi suficiente para mudar o destino do jogo – embora tenha gerado tensão até o apito final.

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