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Tribunal justifica estádio vazio e não crê em saída do Corinthians

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Punido pela morte do garoto Kevin Beltrán Espada, torcedor do San José, o Corinthians será obrigado a mandar seus jogos com portões fechados na Copa Libertadores. O uruguaio Adrian Leiza, responsável por comandar o julgamento do caso na Conmebol, justificou a decisão e disse não crer na saída do clube brasileiro do torneio.

"Adotamos uma medida cautelar atendendo à gravidade do caso, a morte de um garoto de 14 anos, no marco do novo regulamento disciplinar", afirmou Leiza em entrevista à Gazeta Esportiva.net.

Antigamente, os problemas de indisciplina dos torneios da Conmebol eram julgados pelo Comitê Executivo da entidade e não costumavam ser punidos com severidade. A partir de dezembro, no entanto, por sugestão da Fifa, o órgão criou um tribunal com cinco membros para cuidar deste tipo de assunto.

Como o caso envolve Corinthians e San José, o brasileiro Caio César Rocha, presidente do Tribunal, e o boliviano Alberto Lozada não participarão da decisão. Desta forma, o julgamento será dirigido pelo uruguaio Adrian Leiza. O chileno Carlos Tapia Aravena e o colombiano Orlando Morales também estão aptos a participar.

A morte do jovem Kevin, 14 anos, marcou a estreia do Corinthians na Copa Libertadores. Em Oruro, o fã do San José foi atingido por um sinalizador disparado por um torcedor do Corinthians e não resistiu. Um menor de 17 anos, integrante da Gaviões da Fiel, assumiu a autoria do ato e se apresentou às autoridades brasileiras na tarde desta segunda-feira.

O recém-criado Tribunal da Conmebol elaborou um novo código disciplinar, mais rigoroso que o anterior. O regulamento é subjetivo, mas realmente prevê eliminação em situações extremas. No entanto, de acordo com a avaliação inicial, isso só aconteceria em casos de violência causada pelos próprios times, não por suas torcidas.
Questionado se pode determinar a saída do clube brasileiro da Copa Libertadores, Leiza foi evasivo. "O Tribunal abriu procedimento disciplinar contra o Corinthians. Assim que as provas sejam recolhidas e analisadas, vamos tomar uma decisão definitiva", limitou-se a dizer.

Irritados com a punição de mandar seus jogos com portões fechados, alguns diretores corintianos chegaram a cogitar a possibilidade de abandonar a Libertadores por vontade própria. Adrian Leiza, responsável por comandar o julgamento, não acredita nesta hipótese.

"Não posso emitir opinião sobre essa possibilidade. Essa decisão é exclusiva do clube, e não da Conmebol. Não obstante, um clube não pode resolver se retirar de uma competição internacional", contestou o uruguaio.

Em caso de abandono, o regulamento da Copa Libertadores prevê o pagamento de uma multa de cerca de R$ 400 mil a cada um dos outros três times do grupo e de R$ 40 mil à própria Conmebol. Além disso, o clube infrator é excluído pelo menos das próximas três edições do torneio para as quais se classifique.

 

 

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