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TJD pune árbitros, jogadores, técnico e clube por confusão generalizada na Copa FMF

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A 1ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso (TJD) puniu todos os envolvidos em uma confusão durante o jogo entre Mixto e União pela Copa Federação Mato-grossense (FMF) sub-21, no dia 17 de outubro, no estádio Luthero Lopes, em Rondonópolis. Foram punidos o árbitro Daniel Martins, o auxiliar Benílson Gomes de Souza, o técnico do clube cuiabano, Evanildo dos Santos, o “Vevé”, e o União, por ser o mandante do jogo. Cinco atletas do Mixto também acabaram recebendo sanções. As decisões foram por unanimidade.

O árbitro Daniel, que pertence ao quadro da Federação Mato Grosso de Futebol (FMF), foi incurso no artigo 266 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), por não relatar as ocorrências da partida ou fazê-lo de modo a impossibilitar ou dificultar a punição dos agressores. Ele ficará suspenso por 30 dias. O auxiliar Benílson, um dos protagonistas do conflito, ficará afastado por 120 dias. Ele foi enquadrado nos artigos 259 (deixar de observar o regulamento), 260 (omissão no dever de prevenir ou coibir violência entre os atletas), 273 (excesso ou abuso de autoridade) e 263 (deixar de comunicar à autoridade competente que não está em condições de exercer suas atribuições).

Ediley, André Bueno, Luiz Henrique, Júlio César e o goleiro Lucas, todos jogadores do Mixto, também foram suspensos. Ediley pegou duas partidas de “gancho”, por “ofender alguém em sua honra”, infração prevista no artigo 243-F. Júlio César, André Luís, Lucas Viana e Luiz Henrique foram suspensos por seis partidas, também pelas ofensas proferidas contra o trio de arbitragem, além de responderem pelo artigo 254-A, quando há agressão física. O técnico Vevé foi incurso nos dois artigos, mas ficará afastado por oito jogos.

O União Esporte Clube foi incurso nos três primeiros incisos do artigo 191, por ter deixado de cumprir obrigação legal, ato normativo de entidade do desporto a que estiver filiado ou vinculado, e regulamento geral da competição. O clube também foi enquadrado como infrator do artigos 13 e 30 da lei 10.671, que estipula que o torcedor tem direito à segurança e a partidas com arbitragem imparcial, independente, previamente remunerada e isenta de pressões. O União, no entanto, saiu com uma pena de advertência. 

O juiz Daniel, o auxiliar Benilson, o União, os atletas Júlio César, André Bueno e Ediley e o técnico Vevé, foram enquadrados também no artigo 223 do CBJD, por deixarem de cumprir ou retardarem o cumprimento de decisão ou resolução da justiça desportiva.

Todos os envolvidos ainda podem recorrer das sentenças.

Conforme Só Notícias já informou, segundo a versão do juiz, a confusão teve início com as expulsões dos reservas Ediley e André Bueno, ambos por o agredirem “verbalmente”. De acordo com Martins, Ediley o teria chamado de “juiz ladrão! Seu fraco! Muito ruim!”. André Bueno, por outro lado, teria acusado o árbitro de estar comprado e ainda teria invadido o campo para agredi-lo, empurrando seguidas vezes, na altura do peito e do rosto, o árbitro assistente Benilson Gomes de Souza e influenciando um “tumulto generalizado”.

Em seguida, o goleiro Lucas Viana e o jogador Luiz Henrique, segundo o relato de Daniel Martins, teriam entrado no campo também para agredir o assistente. O arqueiro teria desferido um chute na cabeça do auxiliar, “causando um hematoma”, enquanto Luiz Henrique teria o atingido com um pontapé na altura do abdômen. Ambos só teriam parado de agredir o “bandeirinha” com a intervenção da Força Tática, que usou spray de pimenta para dispersar os “brigões”. O técnico Vevé, relatou o árbitro, apoiou o conflito e também tentou agredir o assistente. “Safado, vagabundo, ladrão! Tem que apanhar mesmo!”, teria dito o treinador ao juiz.

Daniel, por outro lado, não citou qualquer agressão ou mesmo tentativa de defesa por parte da equipe de arbitragem, principal reclamação do presidente do Mixto, Paulo César Gatão, que culpou o assistente de ter começado a confusão. Ainda segundo o presidente, alguns dos jogadores registraram um boletim de ocorrência contra o assistente na delegacia da Polícia Civil de Chapada dos Guimarães, assim que o grupo retornou de Rondonópolis.

O jogo terminou em vitória para o União por 3 a 0.

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