A situação do técnico Dunga à frente da seleção brasileira vem se tornando das mais nebulosas. O treinador não sofre derrotas com a equipe principal há cinco jogos, acumulando duas vitórias e três empates por 0 a 0 nesta seqüência. Ainda assim, tem seu cargo bastante questionado pela torcida.
Isso porque o Brasil, vice-líder das Eliminatórias Sul-americanas para a Copa do Mundo de 2010 (com 17 pontos em dez jogos), vem colecionando resultados ruins em casa. A equipe não vence como mandante desde novembro de 2007, quando sofreu para vencer o Uruguai por 2 a 1, de virada, em partida no Morumbi. Além disso, somam-se ao retrospecto do treinador a medalha de bronze nas Olimpíadas de Pequim, em agosto, e a distância de seis pontos para o Paraguai, que lidera as Eliminatórias.
A CBF, por sua vez, vem garantindo todo o apoio a Dunga na função. Nesta sexta-feira, por exemplo, o presidente Ricardo Teixeira participou de um compromisso em São Paulo referente à organização da Copa do Mundo de 2014. E antes de sua entrevista, a organização do evento pediu que assuntos que não fizessem referência ao Mundial não fossem conversados durante a coletiva. Assim foi feito.
“O assunto Dunga não está sendo tratado”, desconversou Teixeira, questionado sobre o técnico por um dos jornalistas, pedindo para que os demais presentes seguissem com as perguntas referentes ao Mundial. Não atendido, escapou de novos questionamentos afirmando que “a vida me ensinou que, o que é combinado, não é caro”.
O dirigente máximo do futebol nacional ainda evitou comentar o pedido de demissão de Alfio Basile, agora ex-treinador da Argentina, que entregou o cargo após a derrota fora de casa por 1 a 0 para o Chile, também pelas Eliminatórias. Além disso, Teixeira também não comentou seu retrospecto à frente da CBF, no qual pouco interfere diretamente nos assuntos da seleção brasileira, como a escolha de técnicos – exceção feito a Emerson Leão, demitido após o fracasso na Copa das Confederações de 2001.
O histórico foi completado com uma pergunta sobre a possibilidade de Wanderley Luxemburgo reassumir a seleção, apesar dos laços rompidos com a CBF. No entanto, mais uma vez, Ricardo Teixeira evitou a resposta, lembrando a colocação do jornalista de que não falava sobre a demissão de treinador. “Acho que você mesmo respondeu sua pergunta”, resumiu.