Com toda a feição de ‘semana divisor de águas’, começa neste domingo para o Brasil a rodada dupla mais complicada na trajetória das eliminatórias sul-americanas para a Copa-2010, pelo menos na teoria. A seleção de Dunga enfrenta o Paraguai às 16h (horário de Brasília) em Assunção, três dias antes de encarar a arqui-rival Argentina em Belo Horizonte. Depois de resultados adversos em amistosos de preparação, as duas partidas podem significar o topo da tabela no torneio qualificatório ou então desagradáveis dificuldades de classificação, combinada com ameaça de crise.
Paraguai e Argentina são adversários diretos do Brasil no topo da classificação das eliminatórias. Após quatro rodadas, os paraguaios lideram a disputa com dez pontos, um à frente dos argentinos e dois de vantagem em relação ao Brasil. O time de Dunga tem Colômbia e Venezuela na cola.
Esse quadro concede a chance à seleção de, em caso de sucesso nas duas partidas, uma situação de tranqüilidade na batalha para a classificação para a Copa da África do Sul. Na mão inversa, dois tropeços podem deixar o Brasil fora da zona de classificação, entre os quatro primeiros que asseguram vaga automática ao final das eliminatórias.
O perigo nas eliminatórias acontece justamente logo depois da derrota para a Venezuela em amistoso, em resultado inédito no histórico do confronto, em tropeço que fez um certo barulho durante a semana de treinos em Teresópolis (primeiro revés contra os venezuelanos em 18 embates), além da atuação sem brilho na suada vitória sobre o inexpressivo Canadá. Os dois jogos na excursão pelos EUA serviram de preparação para a qualificatória ao Mundial-2010.
“A gente sabe que joga com essa obrigação de ganhar as duas partidas, fazer os seis pontos. O que nos interessa é terminar essas rodadas na liderança das eliminatórias. Vamos jogar para frente desde o começo”, afirma Robinho, ‘intocável’ de Dunga, com otimismo em alta.
Para o jogo deste domingo, os líderes do torneio qualificatório prometem ofensividade para se manter à frente na tabela. Durante a semana, o técnico Gerardo Martino preparou sua equipe com três atacantes de origem, com Roque Santa Cruz, Nelson Haedo Valdez e Salvador Cabañas, jogador que ganhou celebridade instantânea no Brasil recentemente após anotar gols decisivos na Libertadores em duelos contra Flamengo e Santos.
Apesar da condição de líder nas eliminatórias, o Paraguai vem de uma série infeliz. Neste ano, a equipe dirigida por Gerardo Martino não ganhou um jogo sequer. Foram três empates, duas derrotas e apenas um gol marcado em cinco amistosos, contra adversários do porte de Honduras e Japão. Por isso, a humildade está oficializada para o embate com as estrelas brasileiras.
“O Brasil é uma equipe para se temer, sem dúvida alguma. Mesmo sem a presença de Kaká e Ronaldinho, não se pode rotular esse time como inferior”, afirmou o argentino Gerardo Martino, que dirige o Paraguai. “Mas estamos no primeiro lugar e precisamos defender isso. Só a vitória nos interessa”, emenda o treinador adversário.
Os visitantes, por sua vez, chegam ao jogo com mistério na escalação. Ao longo da semana, Dunga testou Gilberto Silva e Anderson entre os titulares do meio-campo. Mas a tendência é que o experiente volante do Arsenal comece a partida, pois encerrou os treinos em Teresópolis no time.
Paraguai
Justo Villar; Darío Verón, Julio César Cáceres, Paulo da Silva, Denis Caniza; Edgar Barreto, Enrique Vera, Jhonatan Santana; Nelson Haedo Valdez, Roque Santa Cruz e Salvador Cabañas
Técnico: Gerardo Martino
Brasil
Júlio César; Maicon, Juan, Lúcio, Gilberto; Gilberto Silva (Anderson), Mineiro, Josué, Diego; Robinho e Luís Fabiano
Técnico: Dunga