Ainda não foi desta vez que saiu o campeão paulista. O São Paulo evitou a festa do Santos em seu estádio ao vencer o clássico deste domingo por 3 a 1 no Morumbi. Porém, o encontro das duas melhores equipes do Paulistão ficou em segundo plano com uma atuação confusa do trio de arbitragem liderado por Rodrigo Martins Cintra.
As duas equipes reclamaram bastante da participação do árbitro. O São Paulo teve um gol do volante Josué anulado de forma equivocada, mas foi beneficiado no momento em que Thiago balançou as redes, em um impedimento não marcado do lateral Júnior no início da jogada. Já o Santos discordou da expulsão do zagueiro Luiz Alberto, só que também recebeu uma ajuda no seu primeiro gol, em um pênalti bastante contestado no atacante Reinaldo.
Com o resultado no Morumbi, o Campeonato Paulista será definido somente no próximo final de semana, em uma rodada que promete muitas emoções para santistas e são-paulinos, os únicos com chances de conquista do Estadual. Líder com 40 pontos, embora tenha perdido o clássico, o Peixe necessita apenas de uma vitória simples em casa contra a Portuguesa para encerrar o jejum de quase 22 anos no Paulistão. Segundo colocado da classificação, com 39 pontos, o Tricolor tem que derrotar o Ituano em Mogi Mirim e torcer, no mínimo, para um empate do rival da Baixada Santista para ficar com o bicampeonato.
O jogo – Como uma legítima decisão, o clássico no Morumbi começou pegando fogo. A primeira oportunidade foi criada pelo Santos. Aos três minutos, Fabinho desceu pela direita e fez o levantamento no primeiro pau para uma cabeçada perigosa de Léo Lima por cima. A resposta do São Paulo foi rápida e gerou muita reclamação por parte de sua torcida. Danilo chutou cruzado no lado esquerdo e Josué completou para as redes na pequena área. De forma equivocada, a arbitragem anotou impedimento do volante e prejudicou os donos da casa.
Precisando da vitória para evitar o título do rival, o Tricolor ficou com a iniciativa das ações. Aos nove minutos, Josué, que aparecia como elemento surpresa no meio-de-campo, fez bela jogada individual e bateu rasteiro na entrada da área. O goleiro Fábio Costa caiu no canto esquerdo e desviou a bola para escanteio. Embora acuado, o Peixe voltou a incomodar no contra-ataque, em uma finalização de longe de Léo Lima. Tranqüilo, Rogério Ceni acompanhou a saída da bola pela linha de fundo.
Aos 18 minutos, o clássico reservou um lance inacreditável. Thiago fintou Domingos na esquerda e bateu rasteiro. Fábio Costa defendeu com o pé e a bola subiu. Ágil, o arqueiro ainda deu um tapa na bola, que tocou no travessão, pingou na linha e beliscou a trave esquerda. Bem posicionado, Maldonado apareceu para afastar o perigo.
Após quase sofrer um ataque cardíaco no lance anterior, o torcedor santista recebeu um lindo presente de sua equipe, que era pressionada em campo. O árbitro Rodrigo Martins Cintra marcou um pênalti duvidoso de Edcarlos em Reinaldo. Com imensa categoria, Léo Lima bateu no canto direito da meta são-paulina e abriu o marcador.
Em desvantagem, o São Paulo passou a ficar com a maioria da posse de bola. Aos 41 minutos, a arbitragem sofreu com mais um lance polêmico que incendiou o Morumbi. Aloísio foi agarrado na área por Luiz Alberto e o árbitro Rodrigo Martins Cintra apontou convicto o pênalti. Só que o assistente Carlos Augusto Nogueira Júnior intercedeu através do ponto eletrônico na hora certa para marcar impedimento no início da jogada, revoltando ainda mais os donos da casa.
Três minutos depois, o Tricolor finalmente alcançou o empate e deixou o resultado mais justo antes do intervalo. Maldonado ajeitou, desnecessariamente, a bola no braço dentro da área e Rodrigo Martins Cintra confirmou o pênalti. Rogério Ceni deslocou Fábio Costa na cobrança e deixou a decisão mais emocionante para o segundo tempo.
Alteração – Na volta do intervalo, o Santos apostou em uma mudança para fugir do sufoco do adversário. Com o objetivo de melhorar o contra-ataque, Rodrigo Tabata entrou no lugar de Magnum, que esteve apagado nos 45 minutos iniciais. Mas o São Paulo continuou em cima e iniciou a segunda etapa arriscando os chutes de fora da área.
A primeira oportunidade santista no segundo tempo surgiu somente em uma jogada ensaiada. Kléber fez o levantamento na área e Luiz Alberto cabeceou no canto esquerdo da meta. Atento, Rogério Ceni fez defesa espetacular, tirando o grito de gol certo da garganta dos torcedores do Peixe.
Aos 12 minutos, o jogo viveu um momento decisivo. Em uma entrada espalhafatosa, Luiz Alberto pegou Josué no meio-de-campo e levou o segundo cartão amarelo, deixando o Santos com apenas dez homens em campo. Sem hesitação, Luxemburgo procurou recompor a defesa com a entrada de Wendel no lugar de Léo Lima.
De olho na vitória, Muricy Ramalho abriu seu time com a presença do atacante Alex Dias na vaga do zagueiro Edcarlos. A resposta do treinador santista veio com a entrada do rápido Geílson no lugar de Reinaldo. Aos 28 minutos, a arbitragem voltou a interferir no gramado na virada são-paulina. Impedido, Júnior recebeu passe de Aloísio e cruzou para Thiago completar, livre, no meio da área.
A partir daí, o São Paulo passou a administrar a vitória e apenas esperou o apito final da arbitragem, enquanto o Santos, com dez, não tinha força ofensiva para incomodar Rogério Ceni. Mas ainda houve tempo para o terceiro gol dos donos da casa. Alex Dias invadiu a área pela esquerda e mandou uma bomba por cima de Fábio Costa, definindo o marcador do emocionante clássico.