Não só competência, mas o São Paulo também provou ter sorte de campeão. Neste sábado, a equipe de Muricy Ramalho foi a Florianópolis enfrentar o Figueirense e voltou de lá com uma boa vitória por 2 a 0. Mesmo tendo sido dominado por um bom tempo no primeiro tempo, o Tricolor aproveitou para construir a vantagem nos 45 minutos iniciais.
No 700º jogo profissional de Rogério Ceni, Aloísio e Ilsinho anotaram os gols que deram ao time do Morumbi mais três pontos, que foi a 63 e mantém a liderança tranqüila do Brasileirão, rumo ao título nacional. Já o Figueira permaneceu com os mesmos 43 e começa a se distanciar da zona da Libertadores, vendo até mesmo a possibilidade de sair da Sul-americana.
O jogo ameaçou esquentar com faltas dos dois lados no primeiro tempo. Entre os 28 e os 33 minutos, Rodrigo Souto, Danilo e Josué receberam cartões amarelos, sendo que os são-paulinos, que entraram pendurados, cumprem suspensão na próxima rodada. Por reclamação, o técnico Waldemar Lemos também foi mandado embora do campo pelo árbitro Djalma Beltrami. Mesmo assim, a arbitragem passou incólume pelo jogo, tendo apenas administrado os ânimos.
Na próxima rodada, o São Paulo tenta dar mais um passo rumo ao quarto título nacional recebendo a ameaçada Ponte Preta no Morumbi na quinta-feira. O Figueirense tenta a reabilitação, mas continua como o fiel da balança dos líderes: visita o Grêmio no Olímpico, mas na quarta.
O jogo – Antes da partida de número 700 na carreira de Rogério Ceni, o goleiro são-paulino passou por uma pequena confusão. Sem poder jogar com a camisa preta que utilizava, semelhante à do Figueirense, nem a opção amarela, bastante parecida com a dos árbitros, foi obrigado a jogar com uma cinza, que Bosco usava no banco de reservas. Foi com a camisa de seu reserva que Rogério comemorou seu 700º jogo.
Mas foi o Figueira que quase comemorou no começo da partida. Logo aos dois minutos, Carlos Alberto chega pela esquerda e cruza rasteiro. A zaga não corta, Soares bate de primeira e Júnior salva com a perna um Rogério batido. Na sobra, Henrique bate da entrada da área, mas a bola sai pela esquerda do gol tricolor.
Edson tentou também aos cinco, em chute rasteiro e forte vindo da esquerda, mas Rogério estava bem posicionado e encaixou com segurança. Na resposta, Aloísio faz uma bonita jogada pela esquerda, mas o ataque paulista não sobe à área para o cruzamento. Foi o início de uma série de cruzamentos perigosos do São Paulo, que não ameaçaram o goleiro Andrey.
A equipe catarinense começou a apertar, mas não conseguia chegar de fato com perigo. O São Paulo, que conseguiu administrar bem a pressão dos anfitriões, aproveitou sua melhor arma até então para abrir o placar. Aos 21 minutos, Souza cobrou escanteio pela esquerda e Aloísio, no primeiro pau, ganhou a disputa com a zaga, cabeceando em cima de Andrey. Era 1 a 0 para o Tricolor.
Cinco minutos depois, Carlos Alberto quase empata com um bonito gol. Em bola lançada na direita, o perigoso médio-volante ganhou pela esquerda e tocou por cima de Rogério, mas a tentativa passou um pouco acima do travessão. Na resposta, Aloísio tenta jogada com Leandro, mas a zaga alvinegra afasta e evita o que seria o segundo gol.
Depois da expulsão de Waldemar Lemos por reclamação em momento em que a violência ameaçava tomar conta do jogo, Soares tentou restabelecer o domínio do Figueira em jogada individual aos 37, sem resultado. A resposta veio com Leandro, que bateu para boa defesa de Andrey. Em contra-ataque rápido aos 38, Júnior tentou duas vezes, mas em ambas o goleiro do Figueira estava lá novamente.
O São Paulo era melhor no jogo e pressionava com Danilo, aos 44. A bola sobrou para Ilsinho, que entrou pela direita e caiu na área pedindo pênalti, não marcado. Mas o ex-palmeirense ainda teve tempo para se redimir, marcando o segundo: em bola batida por Aloísio, a zaga desvia e ela sobra para o lateral, que bate com força. Andrey cai mal e ela entra, encerrando o segundo tempo com 2 a 0 de vantagem para os visitantes.
Na volta, Muricy resolveu poupar Mineiro e promoveu a entrada de André Dias, mas o jogo não ganha muito em movimentação. Nos primeiros dez minutos, tanto Figueirense quanto São Paulo criam pouco. Algumas jogadas fortes de ambos os lados dão a impressão de que o jogo pode voltar a ganhar calor, mas logo as equipes voltam a cadenciar a partida.
Aos 17, Thiago Ribeiro entrou no São Paulo no lugar de Aloísio, que sentia dores desde o intervalo. No Figueira, o ex-colorado Diego também entrou para dar mais fôlego ao ataque. Mesmo assim, o problema do time catarinense era na articulação das jogadas, e as bolas continuaram sem chegar ao trio da frente.
Quando chegou, os catarinenses assustaram. Rodrigo Souto fez longo lançamento para frente, Miranda cobriu mal a defesa, Rogério saiu do gol e Schwenck antecipou. Com um toquinho da entrada da área, ele tirou do goleiro e mandou para o gol. Caprichosamente, ela foi mansa até sair rente à trave, à direita do gol.
Aos 29, Leandro fez uma bonita jogada e sobrou com a bola pingando na frente. Na pancada, Andrey defendeu com o braço na sorte e manteve o placar inalterado. Júnior tentou também aos 31, mas Chicão afastou e tranqüilizou a defesa, que não vinha tendo problemas até então. A resposta veio com Soares, que recebeu de Marquinhos em boas condições na entrada da área. Na batida, Rogério fez mais uma boa defesa e mandou para escanteio.
Os minutos finais resumiram o que foi todo o segundo tempo: muito toque de bola, pouca chega às áreas. O São Paulo ainda optou pela entrada de Richarlyson, mas só para gastar tempo. Na última chance, Thiago recebeu na entrada da área e bateu, para defesa de Andrey. No rebote, o jovem atacante colocou pelo lado a última chance da partida.