O garoto Lucas devolveu ao São Paulo a confiança no Campeonato Brasileiro. Depois de um primeiro tempo fraco tecnicamente dos dois lados, o meia tricolor chamou a responsabilidade e foi fundamental na vitória por 2 a 0 do São Paulo sobre o Palmeiras, na tarde deste domingo.
O resultado positivo levou o Tricolor aos 31 pontos na competição, ultrapassando o próprio Palmeiras, que permanece com 29 e em situação turbulenta na temporada.
Lucas, que pediu durante a semana para não ser mais chamado de Marcelinho, foi quem abriu o placar no Pacaembu. Pouco depois, o garoto fez jogada individual e deu a assistência perfeita para Fernandão decretar o triunfo.
Na próxima rodada, o São Paulo encara o Guarani, na quarta-feira, no Morumbi. Já o Palmeiras, que teve Luiz Felipe Scolari excluído de campo ainda no primeiro tempo do Choque-Rei, busca a reação contra o Grêmio-SP, em Presidente Prudente.
O jogo: O São Paulo tomou a iniciativa quando a partida começou, mas a disposição em buscar o ataque deu apenas uma ligeira vantagem ao time de Sérgio Baresi, que optou por recuar Rodrigo Souto como terceiro zagueiro, enquanto Ilsinho ganhou liberdade pela direita. No primeiro minuto de jogo, Fernandão rolou na esquerda para Jorge Wagner, que girou e chutou, mas a zaga tirou na hora certa.
Em uma tentativa de resposta, Tadeu sofreu falta e caiu em cima do pé de Ilsinho, que sentiu bastante e precisou de atendimento médico, mas tentou seguir em campo. O jogo, então, ficou com um equilíbrio total, principalmente em função da grande disputa nas intermediárias e a pouca inspiração dos dois lados.
Escalado para ser o maior responsável pela criatividade no meio-campo palmeirense, Valdivia esbarrou na forte marcação e encontrou dificuldades para fazer boas jogadas. O chileno até fez a assistência na direita para Ewerthon, que finalizou sem direção.
Aos 16, Ilsinho encarou Fabrício na pedalada e abriu para Jean bater forte, ao lado da meta de Deola. O lateral, inclusive, levava vantagem nas jogadas individuais contra os palmeirenses e atraía as atenções, mas não suportou a dor no tornozelo e pediu para sair, sendo substituído pelo volante Zé Vitor. Assim, Jean voltou a ser improvisado na direita.
E o jogo continuou fraco tecnicamente, sem que qualquer um dos rivais conseguisse dar um chute sequer ao gol. Nem mesmo Marcos Assunção ameaçou Rogério Ceni, em falta da meia-direita, que parou na barreira.
Com o jogo pegado, um fato inusitado paralisou a partida por cerca de cinco minutos. O árbitro José Henrique de Carvalho excluiu Luiz Felipe Scolari de campo, mas o treinador palmeirense se recusou a sair. Os jogadores do Verdão foram reclamar com o apitador e até Rogério Ceni se aproximou para falar com o árbitro e o comandante rival. Depois de muito relutar, Felipão deixou o gramado e foi para um setor da arquibancada.
A única mudança depois da confusão foi a torcida palmeirense reclamando a cada decisão do árbitro. De resto, o jogo continuou com poucas emoções. Aos 35, Fabrício chutou rasteiro de longe, a zaga rebateu e a bola ficou com Valdivia, que emendou fraco, facilitando o trabalho de Rogério Ceni, no primeiro chute a gol do Verdão.
Como o São Paulo também pouco chegava, o chileno ainda disputou bola na área com Jean e pediu toque de mão do são-paulino, mas tudo o que o meia palmeirense conseguiu foi um cartão amarelo. Assim como o Tricolor, o time mandante também perdeu um jogador por contusão. Ewerthon torceu o tornozelo esquerdo e saiu para a entrada de Tinga.
Nos acréscimos, Casemiro fez boa jogada pela direita e rolou na entrada da área para Lucas, que demorou para definir e chutou em cima da defesa. Do outro lado, Danilo aproveitou vacilo de Rodrigo Souto e invadiu a área, mas não conseguiu bater. Na bola espirrada, Tadeu cruzou errado, dando o resumo do que aconteceu na etapa inicial.
As duas equipes voltaram sem alterações para a etapa final, e o chute completamente sem direção de Márcio Araújo mostrou que pouca coisa mudaria mesmo no clássico. Na jogada seguinte, Fabrício tabelou com Tadeu e chutou forte, mas Alex Silva se jogou na frente da bola para tirar. Na cobrança de escanteio, Marcos Assunção mandou para a área, a zaga afastou e a bola caiu para Fabrício chutar fraco, sem dar trabalho a Rogério Ceni.
Porém, na primeira tentativa do São Paulo na etapa, o time de Sérgio Baresi abriu o placar. Aos nove minutos, a zaga palmeirense vacilou pelo alto na meia-lua, e Jorge Wagner ajeitou para Lucas emendar fora do alcance de Deola. Na resposta do Verdão, Marcos Assunção cobrou falta de longe e viu Rogério Ceni se esticar para tirar.
E o Palmeiras mostrou que realmente acordou depois de ter sofrido o gol. Valdivia cruzou da direita e Danilo subiu mais que a zaga para cabecear, mas Ceni espalmou para fora. Com o resultado, o São Paulo se fechou para explorar os contragolpes, enquanto o time mandante se viu na obrigação de buscar o ataque. Em boa espirrada na meia-lua, Marcos Assunção bateu de primeira, para nova defesa do capitão tricolor.
Sem alternativa, Márcio Araújo deixou o jogo para a entrada do atacante Luan. Mas o São Paulo encaixou uma forma confortável de atuar, já que Alex Silva e Miranda levavam vantagem sobre o ataque palmeirense, enquanto Lucas sempre passava pelos alviverdes em jogadas individuais.
O garoto quase marcou um golaço no Pacaembu. Lucas invadiu a área, fez fila na defesa e só foi impedido de bater ao dividir com Deola. Aos 31, Lucas puxou contragolpe em novo vacilo da defesa e fez a assistência para Fernandão, que saiu na cara do gol para chutar forte, sem dar chance ao goleiro.
No desespero, o Palmeiras esbarrou na própria falta de qualidade. Tadeu recebeu ótimo cruzamento na área, mas errou a bola, enquanto a torcida palmeirense começou a deixar o estádio. O Tricolor, então, só aguardou o apito final para comemorar.