A remota chance do São Paulo conquistar uma vaga na Copa Libertadores da América de 2018 era quase que palpável até os 43 minutos do segundo tempo da partida contra o Bahia na tarde desse domingo. Brenner tinha tudo para ser o herói dos 60.485 torcedores que foram ao Morumbi para apoiar o time nesta 38ª e última rodada do Campeonato Brasileiro, mas um gol de Júnior Brumado nos instantes finais do confronto direto acabou com o sonho dos são-paulinos, que diante dos tropeços dos outros rivais, acabaria com a nona colocação e, assim, dependeria de um eventual título do Flamengo na Copa Sul-Americana para herdar a última vaga.
Para quem passou a maior parte da competição lutando contra a zona de rebaixamento, seria um enorme presente de Natal disputar a competição continental. Entretanto, com o empate por 1 a 1 no retorno ao Cícero Pompeu de Todedo, onde a equipe não atuava desde 1º de outubro, o São Paulo acabou mesmo foi na 13ª posição, com 50 pontos, assim como o Esquadrão de Aço, que com a mesma pontuação ficou em 12º e também deu adeus ao anseio de disputar a Libertadores depois de 19 anos.
Ficou também um sentimento de frustração pela despedida de Diego Lugano. Um dos maiores ídolos da história do São Paulo, o zagueiro foi homenageado com a titularidade nesse domingo, fez uma partida segura, mas teve de se despedir de uma torcida que o ama sem muito o que comemorar.
Com toda a euforia em torno do ídolo uruguaio, o jogo, em alguns instantes, parecia ter ficado em segundo plano. Mesmo com a necessidade da vitória por parte das duas equipes em função do sonho de se chegar a uma vaga na próxima edição do torneio continental depois de um campeonato em que o rebaixamento fora a maior preocupação, o que se viu em campo foi uma falta de inspiração atenuante.
Um pedido de pênalti de Lugano após cobrança de escanteio e um chute cruzado de Allione direto para fora foi o que de melhor se viu nos primeiros 45 minutos. Sorte que o futebol proporciona o intervalo para o descanso dos atletas e para que os técnico arrumem o que está errado.
Assim, a etapa final veio para dar ao torcedor o que ele esperava de São Paulo e Bahia desde o início. Com menos de um minuto, Lugano levou seu amarelo para casa e deve ter agradecido quando Stiven Mendoza se ‘embananou’ todo com a bola na cara de Sidão.
A resposta dos donos da casa foi imediata e a altura. Shaylon viu a bola quicando na sua frente e emendou um canudo sem chances para Jean, que voo na bola, mas só pôde ouvir o barulho da explosão no travessão.
O gol parecia questão de tempo, independente de quem fosse. O jogo era lá e cá. Até que Renê Júnior e Jean protagonizaram uma cena no mínimo infantil. O volante acabou tocando para trás e o goleiro, ao invés de usar os pés, resolveu encaixar a bola, caracterizando o recuou proposital.
Era a chance que o São Paulo precisava. Na cobrança do tiro livre indireto dentro da área, o garoto Brenner chamou a responsabilidade e bateu firme, de chapa, para estufar as redes e fazer o Morumbi explodir. Na comemoração, o jovem correu para o gigante brasão do clube à beira do campo, onde fora abraçado pelos companheiros.
O gol fez bem ao São Paulo, que desde então passou a dominar completamente a disputa em um momento que o Bahia mal conseguia passar o meio de campo. Mas, se um vacilo do lado de lá foi fatal, o mesmo aconteceu do lado de cá.
Quando tudo parecia caminhar para uma vitória tranquila e que daria ao São Paulo a chance real de levar uma das vagas à Libertadores, um lance de bola parada, uma cobrança na segunda trave fez com que tudo fosse por água abaixo. Júnior Brumado, que havia entrado há pouco, cabeceou para gol e Sidão sequer saltou na bola. Festa do Esquadrão e silêncio total no Morumbi.
A torcida só voltou a se manifestar no último lance do jogo, quando o goleiro Jean, que interessa ao São Paulo, foi até a entrada da área adversária para cobrar uma falta. A bola na barreira e o rebote sob domínio dos donos da casa fizeram a esperança de um gol salvador surgir, mas o árbitro encerrou a partida depois de um carrinho forte do jogador são-paulino e levou o Morumbi à loucura.
Dessa forma, o São Paulo se despediu da temporada de 2017 sem muito o que comemorar e Diego Lugano não deixou o clube nesta sua segunda passagem como imaginava, talvez, mas, de qualquer forma, foi para casa levando muitas homenagens e aplausos de uma massa que o idolatra.