Botafogo e São Paulo fazem, nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), no Maracanã, o jogo mais esperado do Campeonato Brasileiro. O confronto entre as duas equipes de maior destaque na competição até o momento deve definir o título de campeão do primeiro turno.
Apesar de não garantir nenhuma premiação financeira ou reconhecimento profissional, a liderança na primeira metade do torneio costuma servir como uma demonstração de força. Desde 2003, quando foi iniciada a disputa por pontos corridos, sempre o campeão do primeiro turno levantou a taça no final do ano.
O Botafogo, que vinha liderando até a última rodada, tropeçou e permitiu que o São Paulo chegasse a 34 pontos, abrindo dois de vantagem. O time carioca tem um jogo a menos e espera reagir nesta reta final. O duelo desta quarta-feira também colocará frente a frente o segundo melhor ataque (35 gols do Alvinegro, contra 36 do Cruzeiro) e a melhor defesa (sete gols sofridos pelo Tricolor).
Os dois treinadores têm bom relacionamento e costumam conversar bastante por telefone. Durante esta semana, no entanto, ambos evitaram uma linha cruzada. Preferiram trocar elogios apenas diante das câmeras. “O São Paulo é um time acostumado a jogos importantes e vem se destacando muito quando joga fora de casa. Se ganharmos, daremos um passo importante para o nosso objetivo, que é terminar esse primeiro turno na primeira colocação”, disse Cuca.
Com o melhor elenco do Brasil à disposição, Muricy Ramalho vem apontando, há meses, o Botafogo como o time com o futebol mais exuberante da competição. Porém, garante não estar fugindo do favoritismo propositalmente. “Comigo não tem esta de jogar a responsabilidade para os outros. Não tenho vergonha de reconhecer quando outro time está melhor. Venho dizendo isso há tempos e não apenas agora”, esbravejou Muricy.
No começo do ano, o treinador são-paulino sofreu bastante ao ser apontado como favorito para a conquista do Paulistão e da Libertadores. Após duas eliminações, as cobranças foram proporcionais ao nível dos jogadores contratados. “Temos só um bom time e não este superelenco que todo mundo fala”, vem repetindo Muricy, desde então.
Para enfrentar o Botafogo, o treinador são-paulino adotou o mistério. Não revelou se pretende usar dois ou três zagueiros e quis confundir o adversário. “O Botafogo tem o melhor futebol do Brasil, mas deixa espaços. O São Paulo é competitivo e podemos nos aproveitar disso. Quem sabe não escalamos três atacantes”, ameaçou Muricy.
O Tricolor tem desfalques importantes. Hugo e Souza estão suspensos e diminuem as alternativas do técnico. Sem os dois, a tendência natural seria a utilização do 4-4-2 já que Reasco não costuma ter bom rendimento atuando como ala. No entanto, parece que o equatoriano será testado no 3-5-2.
No ataque, Aloísio segue fazendo tratamento na coxa esquerda e nem viaja. Dagoberto está recuperado, mas deve ficar apenas como opção no banco de reservas.
Estudando os desfalques do Tricolor, Cuca também acredita ter a receita para conquistar os três pontos ao longo dos noventa minutos. “Estamos invictos no Maracanã desde novembro do ano passado e somos muito fortes jogando em casa. Vamos reencontrar a nossa torcida e a nossa rotina. Isso pode acabar pesando muito a nosso favor”, afirmou o treinador.
O Botafogo chega para este compromisso com dois desfalques. O zagueiro Alex não poderá atuar pois está cedido por empréstimo pelo São Paulo e uma cláusula contratual impede a sua escalação contra o Tricolor paulista. Com isso, Renato Silva segue no time. Joílson, que cumpriu suspensão contra o Paraná, retorna. Zé Roberto foi afastado por ter chegado atrasado no último treino antes da partida e será substituído por André Lima.