Até a semana passada, uma derrota do São Paulo diante do Audax Italiano era algo que nem o mais pessimista dos torcedores conseguiria projetar para esta quarta-feira, às 20h45, no estádio do Morumbi. Porém, abalados após a incrível goleada sofrida no último sábado, no duelo com o São Caetano (clube que formou seu elenco basicamente com jogadores que disputaram as séries B e C em 2006), os são-paulinos lembraram, da pior maneira, que nada é impossível no futebol.
Para evitar que o raio da surpresa caia duas vezes seguidas no mesmo estádio, o Tricolor Paulista preferiu classificar o tropeço histórico no Paulistão como uma mera obra do acaso e prometeu voltar à rotina de vitórias, quatro dias após a eliminação traumática.
Mais uma vez, o time do Morumbi chega com o peso de ser o franco favorito no duelo e esta é apenas a primeira semelhança entre o jogo do Azulão e o do Audax. Neste novo panorama, a partida que antes seria considerada uma barbada acabou se transformando em um teste de nervos para os são-paulinos.
Exatamente como na recente disputa pelo Paulistão, o Tricolor precisa apenas de um empate para passar de fase e tem novamente a vantagem de jogar em seu estádio nesta quarta-feira. Curiosamente, da última vez em que foi eliminado na primeira fase da Copa Libertadores, o São Paulo sucumbiu em confrontos com times chilenos, ficando atrás de Cobreloa e Colo-Colo no Grupo 3 da edição-1987 do torneio.
Das onze participações anteriores, em apenas três delas o Tricolor foi desclassificado na primeira fase (78, 82 e 87), eliminações ocorridas antes da primeira conquista da Libertadores em 1992. Um novo tropeço precoce não seria condizente com a atual grandeza do São Paulo (tricampeão mundial) e comprometeria todo o planejamento elaborado pela diretoria, que só aguarda o bom resultado contra o Audax para inscrever o craque Dagoberto, contratado na última sexta-feira após longa novela e alto investimento.
“Não quero nem imaginar o que significaria uma nova eliminação nesta quarta-feira”, analisa o são-paulino Ilsinho, que alertou para outras semelhanças entre o próximo adversário chileno e o Azulão, algoz do São Paulo nas semifinais do Paulistão. “O Muricy nos disse que o Audax é uma equipe tão chata quanto o São Caetano. Eles também devem marcar forte para explorar os contra-ataques”, destacou o lateral.
A exemplo do que fez o Azulão no sábado, o Audax também chegará mais descansado do que o Tricolor para a partida decisiva. No último final de semana, o time chileno poupou cinco jogadores na vitória por 2 a 1 sobre o Santiago Wanderers. O resultado valeu a quinta colocação do Torneio Apertura à equipe de Santiago, que está com 24 pontos, 11 a menos do que o líder Colo-Colo no campeonato local.
Apesar da pressão emocional sobre o São Paulo e tantas coincidências que deixaram os torcedores são-paulinos em estado de alerta, a lógica sopra a favor do time brasileiro. Mesmo após a queda no Paulistão, nos sites internacionais de jogos de azar, as apostas no azarão Audax estão pagando cinco vezes mais do que as fichas do Tricolor. Em campo, o que se espera, é uma superioridade acachapante.
“Sempre quando um time vem de um jogo em que não fez seu melhor, acaba crescendo e se superando no seguinte. Na quarta-feira não vai ser diferente”, garantiu Leandro, que será mantido no ataque. Duas serão as novidades. O técnico Muricy Ramalho resolveu voltar ao esquema 4-4-2. André Dias dá lugar a Richarlyson e Júnior roubou a vaga de Jadílson