A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, presidida pelo deputado federal Romário (PSB-RJ), divulgou nesta quinta-feira um relatório sobre "os preparativos para a realização" da Copa das Confederações.
Ao lado de outros membros da comissão, o ex-atacante da Seleção e parlamentar visitou as seis sedes do torneio e criticou a quantia "gigantesca" gasta nos estádios e no entorno deles. O maior alvo das críticas de Romário foi o Mané Garrincha, de Brasília, que custou cerca de R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.
"Os dados oficiais sobre os gastos, obtidos na Controladoria Geral da União (CGU), não deixam dúvidas sobre a exorbitância dos gastos do estádio de Brasília. Ao dividirmos os valores aplicados em cada obra pela respectiva capacidade de público, chegamos ao custo por assento e aí é que os números assustam pelas grandes diferenças", diz ele no relatório.
Cada assento do Mané Garrincha, que tem capacidade para 71 mil pessoas, custou aproximadamente R$ 16,9 mil. A quantia é quase o dobro do que foi gasto por cada cadeira na Arena Castelão, em Fortaleza: R$ 8,5 mil. Ao todo, foram gastos no estádio cearense R$ 518 milhões, em parceira com a iniciativa privada.
A ideia de Romário agora é usar esses estádios como exemplos para que as outras seis sedes da Copa do Mundo, que será disputada no ano que vem, não passem pelos mesmos problemas.
"Deve-se ter total atenção às obras dos estádios das cidades não visitadas, para que não se repitam os erros verificados: atrasos constantes, aumento exagerado dos custos e uso do dinheiro público para a construção, com posterior entrega à iniciativa privada por concessão, para usufruir de lucros", afirmou.
As seis sedes da Copa das Confederações serão: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife e Salvador. Na Copa do Mundo, São Paulo, Manaus, Cuiabá, Curitiba, Natal e Porto Alegre também receberão jogos.
Desde que foi eleito deputado federal, em 2010, Romário tem mostrado publicamente uma postura crítica em relação à maneira como a Copa do Mundo e a Copa das Confederações vêm sendo organizadas. O presidente da CBF, José Maria Marin, e antes dele Ricardo Teixeira, têm sido alguns dos maiores alvos das acusações de corrupção vindas do ex-atacante.
Confira o custo total, por assento e a capacidade dos seis estádios da Copa das Confederações, de acordo com o relatório da Comissão de Turismo e Desporto:
Mané Garrincha – R$ 1,2 bilhão – R$ 16,9 mil – 71 mil
Mineirão – R$ 677, 3 milhões – R$ 10,5 mil – 64.184
Arena Pernambuco – R$ 500 milhões – R$ 10,8 mil – 46 mil
Maracanã – R$ 1,015 bilhão – R$ 12,8 mil – 78,8 mil
Arena Castelão – R$ 538 milhões – R$ 8,6 mil – 60.326
Arena Fonte Nova – R$ 591,7 milhões – R$ 10,7 mil – 55 mil