O assunto era para ser a retomada do São Paulo no Brasileiro após o terceiro vice-campeonato em 2006. Mas ao ser questionado sobre a atitude inusitada de Rogério, que jogou a medalha de prata da Recopa Sul-Americana para a torcida, o técnico Muricy Ramalho ficou numa saia justa na coletiva.
“Não vi. Não posso falar do que eu não vi. Já estava no vestiário”, afirmou o treinador.
Com a insistência dos jornalistas, ele tentou dar uma versão para amenizar a situação. “Vai ver ele foi dar para algum torcedor que pediu. Não sei o que aconteceu”, completou.
O zagueiro Alex Silva disse que guardou a sua medalha e falou que ela vai ter um significado especial na sua carreira. “Hoje tenho 21 anos. Mas, quando tiver filhos, vou mostrar a ele que a medalha foi um título que conquistei. Ela está guardada com muito carinho.”
Já a estratégia para focar o Brasileiro no clube é dar ao segundo lugar o mesmo destaque do campeão. Esse foi o artifício de jogadores e do técnico são-paulino para tentar levantar a confiança do grupo visando o confronto contra o Internacional, domingo, no Morumbi.
Depois de ficar atrás do Santos no Paulista, perder a decisão da Libertadores para o Internacional e cair em um torneio de dois jogos, a Recopa Sul-Americana, para o Boca Juniors, a palavra de ordem é reconhecer o esforço do grupo.
“Essa cultura no Brasil de que só o campeão é que tem méritos não dá certo. Chegamos nas finais e ainda somos líderes do Brasileiro. Isso tudo foi fruto de um planejamento nosso”, disse Muricy.
O treinador evitou falar da palavra crise e disse que no momento atual, em que as críticas ao seu trabalho estão acontecendo, o melhor é ter paciência. “Eu escuto e aprendo. É o melhor a fazer. Tenho o meu planejamento e convicção de tudo o que estou fazendo”, afirmou.