Sem um Campeonato Estadual há pelo menos 2 anos, o kartismo estadual caiu no esquecimento. O berço do automobilismo brasileiro, que já teve campeões locais, como Marcos Pereira e Gabriel Sereia, tenta ressurgir das cinzas após desastrosas administrações de clubes e da própria Federação de Automobilismo.
O primeiro passo para essa retomada é a união dos pilotos e a força de vontade da Femtau, que, juntos, tentam dar largada a um Campeonato Regional, nesse domingo, no Kartódromo de Várzea Grande; sim, ele ainda existe e só está de pé, graças a um pool de pilotos que se reuniram para ratear os custos da manutenção de um esporte que nunca foi barato.
Outro ponto positivo do novo projeto é a implantação da categoria F4. Três vezes mais barata que os karts convencionais, de 125 cc, a nova categoria utiliza motores de 13 cavalos e quatro tempos, semelhantes aos montados nos chassis dos karts indoor, mas com o dobro da potência.
Os pilotos apostam na idéia para voltar a ver as pistas lotadas, nas arquibancadas e do lado de dentro dos padocks. "O conjunto do 4 tempos custa R$ 2 mil, enquanto o normal custa R$ 6 mil. Queremos minimizar o custo e trazer para a pista o pessoal do indoor", disse Alessandro Schwab (33), que pilota e ajuda a organizar as provas. Segundo ele, a estimativa de despesas mensais com o novo motor é de R$ 600, contra R$ 1,5 mil de um kart convencional. "Haverá um diferencial. O grid será invertido do primeiro ao sexto colocados na segunda bateria. Com esses motores a diferença entre um campeão e um novato é de apenas um décimo. É faca nos dentes…", disse entusiasmado Alessandro Schwab. No interior, onde o esporte chegou 10 anos mais tarde, cidades como Primavera do Leste e Sinop, ainda vivem a empolgação, que havia desaparecido na Capital.