O presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), Carlos Orione, encarou com a maior naturalidade o projeto de lei que pode dar fim às reeleições de dirigentes à frente de entidades esportivas. Ainda sem ser incomodado por nenhuma legislação, o que levou a acumular cinco reeleições e uma intervenção, Orione ressaltou que a lei proposta pelo senador Flávio Arns (PT-RS) é antiga e não vê nenhuma ameaça à sua perpetuação no comando do futebol profissional de Mato Grosso.
Na proposta, hoje nas mãos do presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, senador Cristovão Buarque (PDT-DF), o dirigente só pode ser eleito uma vez para presidir qualquer entidade esportiva, o que acabaria com a perpetuação no cargo. Ao contrário do projeto de lei, Carlos Orione diz ser favorável a duas reeleições. E não se fala mais nisso.
Com 26 anos como presidente da FMF, o procurador do Estado aposentado sempre é alvo de críticas por parte da imprensa esportiva por não abrir espaço às outras pessoas. O dirigente faz questão de reelembrar os períodos que o levam até hoje à condição de um dirigentes de Mato Grosso com mais de duas décadas no poder. De acordo com Carlos Orione, sua primeira experiência na entidade foi em 1976 quando foi indicado por João Havelange como interventor da federação, que na época reunia várias modalidades esportivas.
No início da década de 80, deixou o futebol para tentar uma cadeira na Assembléia Legislativa. Não conseguiu se eleger. Em 86, disputou à presidência da FMF pela primeira vez contra o professor da UFMT João Batista Jaudy. Venceu apertado. De lá para cá, o Barão, apelido que ganhou do ex-prefeito de Cuiabá Roberto França, não teve adversário que ameaçasse seu reinado na entidade preside com mão de ferro.
“Em 86, foi a única eleição que ganhei. As outras sempre fui aclamado pelos presidentes de clubes e ligas. Já são 26 anos. Por enquanto, pretendo não mais disputar o cargo. Em maio de 2009, vence mais um mandato. Quem sabe…Depende de muita coisa, pois temos projetos para serem concretizados”, disse, citando a candidatura de Cuiabá como sede ao Mundial de 2014.