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Presidente assume responsabilidade total por queda do Vasco e garante Jorginho em 2016

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Após ser eleito em novembro de 2014, Eurico Miranda assumiu a presidência do Vasco novamente no início deste ano e viu o Cruz-Maltino ser rebaixado para a Série B pela terceira vez em sua história. Após a concretização da queda neste domingo, na última rodada do Brasileirão, o polêmico mandatário concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, assumindo a responsabilidade pelo descenso e garantindo a permanência da comissão técnica em 2016.

“Fiz questão de fazer esse pronunciamento sozinho, apesar de meus vices estarem todos aqui. O único e exclusivo responsável pelo rebaixamento sou eu, não quero transferir isso para ninguém. É uma mancha irreparável no currículo de 50 anos de Vasco. Esperava não ter que passar por isso. Os jogadores e a comissão me deixaram absolutamente satisfeito”.

Porém, Eurico não deixou de culpar o ex-presidente Roberto Dinamite pela atual situação alvinegra. “Encontrei o Vasco num cenário de terra arrasada, causada por esse cidadão que passou aqui chamado Dinamite. Ele tem culpa desde o dia em que pensou em assumir a presidência. Só fez lambança. Levou a instituição a uma situação delicada. Passou sete anos no Vasco e não recolheu um centavo de imposto, de fundo de garantia, deixou com três meses de atrasos os salários de jogadores e funcionários. Então, tive que pagar uns impostos daquele último ano para regularizar a situação junto à Receita. Foram 14 milhões de reais. Por isso, não havia a menor condição de fazer os investimentos necessários para ter um time competitivo. Eu, vendo e como sempre verei até o último dia da minha vida, muito mais a instituição, tive que focar para que a gente resolvesse tudo”.

“O meu erro foi não ter superado essa barbaridade de problemas. Sempre tive condições de superar as dificuldades. O erro foi não ter recursos para fazer investimentos no time lá atrás. Hoje, o Vasco tem a sua situação fiscal plenamente regularizada, salários rigorosamente em dia e até mesmo antecipados”, completou.

Outro assunto tratado pelo dirigente foi a permanência do técnico Jorginho e de seu auxiliar, Zinho. Eles chegaram ao Vasco em agosto, com a difícil missão de salvá-lo do rebaixamento e, embora não tenham livrado o time da queda, conseguiram fazer um bom trabalho. Por isso, Eurico revelou que ambos serão mantidos para a próxima temporada.

“Eles permanecem, já foram informados. Perguntamos ao Jorginho, quando estávamos negociando: ‘Você acredita que o Vasco pode não cair? ’. Ele disse que sim. Então, contratamos. A gente sabia qual era a situação. Demos a ele o que precisava. O trabalho foi bem feito”, disse.

O presidente ainda falou sobre a situação dos atletas. “Só no caso dos jogadores que terminam o contrato, será analisado sobre renovação, mas a grande maioria não ficará. Hoje estou terminando com 43 jogadores no elenco. Então, vamos enxugar. Os que têm contrato permanecem. Martín é jogador do Vasco, Nenê também, não têm projeto. São vinculados até o fim do ano que vem e, para sair, precisam ser liberados, mas não tenho interesse. No Brasil, nenhuma chance de Nenê de se transferir. No exterior, se for algo bom para ele, sou obrigado a cumprir a cláusula”, explicou.

Polêmico, Eurico também não deixou de reclamar da arbitragem do Brasileirão. “Podem ter tido clubes prejudicados, mas ninguém foi mais prejudicado na arbitragem que o próprio Vasco. O Vasco mostrou que era uma constante até no último jogo, em um pênalti não marcado. Apesar de termos alertados a comissão de arbitragem, ela não tomou providência. Digo isso não para justificar, porque não uso desses artifícios. Faço em homenagem e a um grupo de jogadores que se dedicou e, no final, não concretizou seu objetivo. Quero deixar absolutamente claro e repito: não passo a responsabilidade para ninguém, é minha. Só estou dando considerações, porque tenho dever com a instituição, muito mais do que com a torcida ou com qualquer um”, esbravejou.

O elenco do Vasco se reapresentará no dia 5 de janeiro e, no dia 9, seguirá para Pinheiral (RJ), cidade vizinha de Volta Redonda. No Centro de Treinamento João Havelange, o Cruz-Maltino iniciará sua pré-temporada em 2016 visando à disputa do Campeonato Carioca e, posteriormente, da Série B.

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