A seleção de Portugal derrotou o México por 2 a 1 nesta quarta-feira, assegurou o primeiro lugar do Grupo D na Copa 2006 e ainda ajudou o técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari a ampliar um recorde, subindo para dez vitórias consecutivas em jogos válidos pelo Mundial de futebol.
Mesmo sem cinco titulares, poupados pelo treinador para que não tomassem o segundo cartão amarelo e ficassem fora das oitavas-de-final, o time português mostrou maturidade ao criar uma alternância entre boas subidas ao ataque e a garantia da posse de bola, apesar dos sustos dados pelos mexicanos.
Portugal abriu o placar aos 6min do primeiro tempo. No primeiro ataque da equipe, os jogadores avançaram em velocidade pela esquerda, a bola foi cruzada na área e Maniche marcou um belo gol.
Com as jogadas de maior criatividade partindo do meia Luis Figo, responsável também pela tranqüilidade na frente, os portugueses começaram a anular o México, que até a metade do primeiro tempo pouco pôde fazer. O retrato disso veio aos 23min, quando Rafa Márquez colocou a mão na bola.
O árbitro marcou pênalti, embora o atleta do Barcelona argumentasse contra a clara imagem do momento em que levantou o braço para desviar a bola de forma ilícita. E mesmo com os movimentos inusitados do goleiro Sanchez em cima da linha do gol, Simão Sabrosa chutou bem e fez o segundo.
Precisando evitar o fantasma de uma possível eliminação, em função do resultado entre Angola e Irã, o México passou a jogar mais futebol e a equilibrar as ações. Com isso, aos 30min, após uma cobrança de escanteio, Fonseca subiu sem marcação e cabeceou para balançar as redes.
Com o resultado, Portugal assegura o primeiro lugar do Grupo D e fica esperando o confronto entre Argentina e Holanda, ainda nesta quarta-feira, às 16h (de Brasília), para saber quem será seu adversário nas oitavas. O rival do México também sai desse confronto, em Frankfurt.
O jogo
Sem estrelas do quilate de Cristiano Ronaldo, Deco e Pauleta, poupados para que não tomassem o segundo cartão amarelo, a seleção de Portugal começou melhor o confronto diante do México, mesmo que já tivesse assegurado a classificação para as oitavas na boa vitória diante do Irã.
Em compensação, os dois primeiros ataques foram mexicanos. Aos 2min, Fonseca avançou pela esquerda e chutou nas mãos do goleiro Ricardo. Aos 3min, Salcido cruzou da esquerda e obrigou Ricardo a se esticar para pegar novamente.
Mesmo depois do gol português, aos 6min, o México ainda tentou ameaçar, como aos 8min, quando Omar Bravo se estica todo na área para aproveitar cruzamento ainda no alto, mas a bola sai sem maior perigo.
A partir daí, a seleção portuguesa passou a contar com a maturidade na movimentação de bola por parte de Figo para administrar a partida, tocando bem do meio para trás e achando espaços na troca de passes.
E foi justamente nesse período do jogo que a pressão dos portugueses aumentou. Aos 21min, Maniche subiu em velocidade pelo meio, mas foi pego com falta por Rodriguez, que tomou cartão amarelo. Figo fez a cobrança, mas a bola bateu na barreira, sem ameaçar o goleiro Sanchez.
Depois do pênalti, Tiago quase teve a oportunidade de ampliar o placar por 3 a 0, depois de rebote do goleiro em que ele pegou de primeira, mas bateu por cima do gol. Dois minutos mais tarde, foi a vez de Omar Bravo tentar um rebote, mas acaba batendo em cima do goleiro Ricardo.
Aos 30min, o gol mexicano ajudou a mostrar que a seleção da América Central ainda teria condições de lutar pelo empate, enquanto Angola e Irã continuavam empatando por 0 a 0. O que quase aconteceu aos 11min do segundo tempo, quando o árbitro apitou pênalti de Miguel em Perez.
O problema foi que Omar Bravo bateu para fora e não soube aproveitar a oportunidade. E, aos 16min, Perez foi expulso ao tentar simular outro pênalti de Miguel, em nova chegada de perigo do México na área.
Mesmo com dez jogadores para o México, o jogo continuou franco, com as duas equipes abrindo espaços, o que permitiu lances claros de gol tanto para mexicanos e portugueses, os dois classificados no Grupo D.