A chegada dos torcedores ao primeiro Derby do reconstruído Palestra Itália era tranquila até as 16h, quando a Rua Turiassu foi palco de verdadeira guerra entre palmeirenses e policiais militares. Uma provocação de alguns torcedores foi respondida com violência por PMs, e a aglomeração de gente na entrada do estádio foi o estopim para um grande confronto antes da partida entre Palmeiras e Corinthians.
Os policiais que estavam dentro da arena foram para o lado de fora, e um caminhão do Batalhão de Choque foi à Rua Caraibas, que cruza a Rua Turiassu e abriga a sede da organizada Mancha Alviverde, usando de muitas bombas de gás lacrimogêneo. A substância incomodou até quem estava dentro do estádio, nos setores mais altos, aguardando o início do clássico.
As explosões se repetiram por mais de dez minutos. Enquanto investiam na direção dos torcedores, os policiais também eram alvo de objetos atirados. Os palmeirenses acabaram fugindo pelas ruas do bairro ou se abrigando em bares. Ao fim dos dez minutos, ficou um rastro de destruição. Quando os torcedores tentaram voltar, na direção do estádio, novas bombas.
Até ali, havia sido registrada apenas a danificação de um carro da rádio Jovem Pan por parte de palmeirenses e uma pequena confusão entre policiais e corintianos. Mesmo com os alvinegros entrando pela Rua Padre Antônio Tomás, do lado oposto do estádio à Rua Turiassu, o presidente Paulo Nobre usou toda a confusão para justificar sua tentativa – frustrada – de organizar o Derby só com a torcida mandante.
“Não dá para saber se estariam acontecendo essas cenas, porque a gente não teve a experiência de torcida única em um clássico. No dia que acontecer a torcida única, isso vai dar a chance de a gente entender”, disse o dirigente, negando ter falado ao agora ex-presidente Mário Gobbi que o novo Palestra Itália não comporta torcida visitante. “Gosto muito do Mário, mas não é verdade.”
“Não precisamos ver cenas lamentáveis”
A guerra na Rua Turiassu fez jornalistas que estavam no anel de cima do estádio irem até a parede de vidro para observar – e relatar – a confusão, além de registrar imagens. Funcionários com uniformes da empresa Allianz, que patrocina a arena, tiraram os profissionais do local. “Não precisamos ver cenas lamentáveis”, justificou um dos funcionários.