quinta-feira, 12/dezembro/2024
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Parreira já aceita fraco nível do futebol brasileiro e diz que “é uma realidade”

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O técnico Emerson Leão não se conteve durante uma palestra proferida pelos colegas Carlos Alberto Parreira e Alexandre Gallo no 1º Fórum Brasil de Treinadores, realizado nesta segunda-feira. Ao perceber que os dois só citavam países europeus como exemplos de bom futebol, ele coçou a barba que deixou crescer e se disse “profundamente decepcionado” com a situação atual do Brasil.

Ferrenho defensor da qualidade do futebol nacional quando era coordenador técnico da Seleção Brasileira – a ponte de ter considerado uma certeza o título da última Copa do Mundo –, Parreira se viu obrigado a concordar com Leão. “Essa é uma realidade dura de aceitar, difícil, mas é uma realidade”, repetiu. “Você tem toda a razão. A gente precisa superar esse momento”, acrescentou.

O próprio Parreira deu exemplos do fraco nível do futebol brasileiro. “A Fifa indicou os melhores meio-campistas do mundo, e não há nenhum brasileiro na lista. Só alguns zagueiros daqui apareceram. De atacante, só temos o Neymar. O Brasil deixou de ser referência”, constatou o treinador da Seleção na conquista do tetracampeonato mundial, em 1994.

A maior evidência da queda de rendimento, no entanto, apareceu na Copa do Mundo disputada em casa, com a histórica goleada por 7 a 1 aplicada pela Alemanha sobre o Brasil – assunto que Carlos Alberto Parreira passou a evitar. Em sua palestra, ele tentou se concentrar em equipes nacionais mais antigas do que aquela comandada pelo amigo Luiz Felipe Scolari neste ano.

Para Parreira, não somente a Alemanha se tornou modelo para o Brasil. “O futebol inglês de chutão, de bola área, acabou. Agora é só toque de bola. Outros países da Europa estão fazendo o mesmo porque trabalharam as suas categorias de base. Aqui, vemos determinados jogos horríveis pela qualidade técnica apresentada. Alguns terminam com só 15 passes trocados”, lastimou.

Apesar de se mostrar tão decepcionado quanto Leão, Parreira viu esperanças para o Brasil. “Ainda temos qualidade. Somos os melhores nisso. Mas é algo que precisa ser trabalhado. Só talento não basta. Portanto, deve haver um choque de gestão dentro e fora de campo, com capacitação de treinadores, melhores condições de trabalho e investimento nas categorias de base”, receitou, sem deixar de reclamar também do calendário nacional.

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