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Palmeiras vira, vence Santos e mantém 5 pontos de vantagem na liderança

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Abraçado por seus ex-comandados e xingado pela torcida visitante, Wanderley Luxemburgo não teve sucesso no reencontro com o Palmeiras. A Vila Belmiro assistiu neste domingo à virada por 3 a 1 do Verdão que ratificou os cinco pontos de vantagem na liderança do Campeonato Brasileiro.

Apesar de abrir o placar aos nove minutos do segundo tempo com Luizinho aproveitando bela jogada de Neymar, o Santos sofreu com Diego Souza, que empatou aos 18 e participou do gol da virada de Robert, aos 27. E Robert ainda fez sua parte para que Vagner Love completasse o placar aos 30.

Com os três pontos somados neste domingo, o Verdão ficou com 53 no torneio, mantendo-se a cinco pontos do São Paulo, segundo colocado. O Peixe, por sua vez, segue em campanha irregular com 36 pontos, longe da zona de classificação para a Libertadores.

O jogo – Apesar de não estar lotada, a Vila Belmiro vivia desde minutos antes o clima de um clássico, inclusive nas provocações dos cerca de mil palmeirenses espremidos nas arquibancadas chamando o rival de "time de piada e de avô". A resposta santista veio no protagonista do jogo: o reencontro entre o líder do Campeonato Brasileiro e Wanderley Luxemburgo.

Para calar os visitantes, o sistema de som acionou um samba a favor do técnico. E o treinador do Peixe, ao entrar em campo, era abraçado por seus ex-comandados enquanto ouvia diversos xingamentos da parte alviverde das arquibancadas. O chefe do Alvinegro praiano sabia que em campo deveria provar sua qualidade diante do clube que o demitiu em junho. Mas não teve sucesso.

Entre tantas festividades, o destaque foi o Baleião. O mascote dos anfitriões seguia seu ritual de se abaixar e beijar um distintivo do Santos, em frente à torcida adversária. Neste domingo, entrou em pânico ao esvaziar e ter dificuldades para correr para fora do gramado. Era um prenúncio do fraco confronto que o campo sediaria mais tarde.

Para se superarem, Wanderley Luxemburgo e Muricy Ramalho definiram marcações individuais. Sem Emerson, lesionado, o Peixe tinha Pará, que deveria perseguir Diego Souza, da mesma maneira que Germano faria com Cleiton Xavier e Fabão com Vagner Love. O Verdão tinha Edmilson na cola de Madson, os laterais deveriam se anular e a defesa inteira precisava ficar atenta com Neymar.

Em campo, as armas ofensivas não tiveram sucesso. Os donos da casa até que fizeram seu papel e pressionaram nos primeiros 15 minutos, o problema era que Kléber Pereira ficava fora da área, não conseguia nem causar surpresa passando por trás. O atacante que era protagonista em 2008, é coadjuvante em 2009 e no clássico não passava de um figurante.

Do outro lado, Madson não deixava Edmilson prosseguir, prejudicando a saída de bola palmeirense. E Vagner Love parecia distraído. Durante uma cobrança de falta na área, ficou no meio-campo amarrando a chuteira, e tropeçou pouco depois em outro cruzamento. O camisa 9, ao menos, beneficiou o time: Fabão, prestigiado por Luxemburgo, fez falta dura no atacante e deixou o campo machucado.

Sem seu principal zagueiro, a marcação em Love passou a ser feita por Eli Sabiá, com Astorga colado em Obina. O problema foi que Luxemburgo teve de mudar o esquema novamente em meia hora de jogo. George Lucas, válvula de escape pela direita, também se lesionou e deu vaga a Luizinho, que pouco acertava quando descia ao ataque, nas costas de Armero.

Entretanto, nem mesmo neste ambiente o Verdão soube se impor. Apenas Diego Souza achava algum espaço na força física e deu dois chutes fortes e perigosos, mas um saiu e outro foi defendido por Felipe. Postado no rebote, Obina também fez o goleiro trabalhar, apesar de não finalizar com precisão.

No sonolento duelo no litoral paulista, Madson parecia ser a solução. Neymar poderia ajuda, já que sempre levava perigo quando arriscava, mas pouco se apresentava e não abdicava de cair ao ser tocado. Por isso, o baixinho camisa 10 passou a achar espaços desvencilhando-se de Edmilson e cruzando na área. O problema era que, mais uma vez, Kléber Pereira não estava lá. A senha para o segundo tempo, porém, estava descoberta.

O Santos voltou do intervalo mais aceso. Graças a Neymar. O atacante parecia outro atleta, mais disposto, e causou problemas ao lado de Madson. A consequência disso veio rápido. Aos nove minutos, o camisa 7 pedalou na frente de Maurício, e rolou para trás. Madson só deixou a bola passar para Luizinho chutar certeiro, no canto direito de Marcos.

O panorama era ruim para os visitantes, que só não sofreram o segundo porque Marcos fez ótima defesa em arremate de Neymar. No ritmo mais acelerado do clássico, o imperceptível Obina não era mais último. Muricy apostou em Robert. E ele logo conseguiu um escanteio que quase se tornou um gol olímpico de Cleiton Xavier aos 15 minutos.

Era o prenúncio da ressureiçao alviverde. Aos 18 minutos, Diego Souza, a salvação do time no primeiro tempo, foi decisivo ao receber cruzamento de Figueroa, subir mais do que Luzinho e desviar de cabeça na pequena área, sem chances para Felipe. O empate que restabelecia o equilíbrio com a redução do ritmo santista.

Os donos da casa, porém, ainda tinham em seus garotos a oportunidade de somar tres pontos. Aos 24 minutos, Madson bateu falta com perigo. Pouco depois, neymar recebeu livre na área em contra-ataque de Felipe Azevedo, fez pose para chutar colocado e jogou a bola por cima do gol.

O Palmeiras, por sua vez, foi eficiente quando teve a chance. Mais uma vez, graças a Diego Souza. Aos 27 minutos, o meia recebeu na área, prendeu a bola, achou espaço e bateu cruzado. Felipe não alcançou e Robert se esticou para empurrar para as redes e vibrar com a virada.

Nos dois gols, Vagner Love, mais um que voltou do intervalo com outro espírito, era um dos que mais comemorou, incentivando os gritos da torcida. Faltava o seu gol. E Robert fez sua parte para isso. Aos 30 minutos, o substituto de Obina tirou Felipe da jogada e o camisa 9 só escorou com o pé antes de correr, bater no peito e esbravejar palavrões como um louco abraçado pelos seus companheiro.

O Santos não reagia. E a cena de Love era o símbolo da vitória e a administração da vantagem na liderança. O árbitro ainda causou confusão ao assinalar pênalti em Neymar e, na sequência, se corrigir dizendo que foi fora da área. Mas só bastava o apito final para a torcida palmeirense para de gritar "olé", Wanderley Luxemburgo deixar o campo cabisbaixo, Muricy Ramalho andar com cara de missão cumprida.

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