No jogo seguinte à eliminação no Campeonato Paulista, o Palmeiras só não podia perder do Vilhena para avançar à segunda fase da Copa do Brasil. E teve torcedor no Pacaembu que temeu isso na noite desta quarta-feira, na qual o campeão rondoniense até acertou a trave do maior campeão de torneios nacionais do País. Mas Bruno César acordou e fez os dois gols da vitória por 2 a 0.
Antes de o reforço mais badalado do centenário tranquilizar o desfalcado time, o que se viu foi uma das piores atuações da equipe na temporada. Erros defensivos, principalmente de Lúcio, permitiram ao Vilhena sonhar em superar a desvantagem da derrota por 1 a 0 em Rondônia. O melhor momento foi a cabeçada de Tayrão, aos 26 minutos do segundo tempo.
Depois disso, porém, as alterações de Gilson Kleina, desfazendo um desnecessário esquema defensivo, deram resultado. Principalmente a entrada de Marquinhos Gabriel, que fez a jogada do primeiro gol de Bruno César, aos 27 da etapa final. Seis minutos depois, o camisa 30 sofreu pênalti e converteu para definir o placar.
Pela Copa do Brasil, o Verdão saberá seu adversário após a definição da disputa entre Interporto e Sampaio Corrêa, que empataram por 2 a 2 em Tocantins e jogam na próxima quarta-feira, no Mato Grosso. O próximo compromisso do Palmeiras será na estreia do Brasileiro, no dia 20, em visita ao Criciúma.
O jogo –Com dez desfalques, Gilson Kleina manteve o esquema tático que levou o Palmeiras até a semifinal do Campeonato Paulista, mas que não deixou o time ir além por ausência de titulares. Mesmo assim, o 4-3-3 continuou com o zagueiro Tiago Alves na lateral direita e apostou nos contestados Bruno, Eguren, Leandro e Miguel.
O campeão rondoniense, na teoria, não deveria trazer grandes problemas, e o Verdão entrou em campo disposto a balançar logo as redes para deixar o trauma causado pelo Ituano para trás. Assim, Bruno César, único dos machucados que se recuperou desde domingo, chamou o jogo, quase abriu o placar em chute aos seis minutos no qual Leandro perdeu no rebote com o goleiro batido e, no minuto seguinte, tocou para William Matheus levar perigo.
A ressaca moral pela eliminação, entretanto, era clara, e o Vilhena percebeu isso. Desde o apito inicial, os visitantes reduziram os espaços de Mendieta e, aos dez minutos, bloquearam a chegada da bola a Bruno César. Não adiantava Mendieta ou Leandro voltarem ao meio-campo, já que, quando viravam, tinham um paredão vermelho à frente da área.
Sem criatividade, o Verdão chegou a ter Lúcio carregando entre as intermediárias. Se foi mal como atacante, o zagueiro ainda entregou a bola para Jal no campo de defesa, aos 19 minutos, mostrando ao Vilhena que era possível sonhar com a vitória. Os rondonienses entenderam, adiantando a marcação e passando a jogar no campo do Palmeiras.
O Vilhena exerceu pressão sobre Bruno, que só não fez tantas defesas porque seus zagueiros e volantes passaram a se esforçar para bloquear os chutes e finalizações depois do intenso toque de bola dos visitantes, que também receberam ‘passe’ de Wellington na zaga. Foi assim que Alex Barcellos foi travado por Lúcio após cobrança de escanteio, aos 20 minutos.
A torcida já se indignava com o que via quando o Palmeiras, aos 36 minutos, enfim, fez uma jogada digna do maior campeão em títulos nacionais do País diante de um rival com condição financeira incomparavelmente menor. Marcelo Oliveira arrancou pelo meio, recebeu passe de letra de Mendieta e bateu para o goleiro defender. No rebote, sem tanto trabalho, Dalton também segurou fraco chute de Leandro.
Ciente da pífia atuação na etapa inicial, Kleina abriu mão de um dos muitos marcadores que colocou em campo, sacando Wellington para colocar o meia-atacante Serginho na lateral direita. Tiago Alves foi recuado para a zaga e compunha, com Lúcio, Marcelo Oliveira e Eguren, um grupo defensivo incapaz de proteger Bruno.
O início do segundo tempo foi ainda pior que a etapa anterior. Aos 12, nova falha incrível de Lúcio não virou gol graças à boa defesa do reserva de Fernando Prass. Aos 26, o contestado camisa 1 do Verdão, que errou muitas saídas da meta, viu um cabeceio de Tayrão acertar a sua trave.
Antes mesmo do susto, Kleina resolveu renovar a vida criativa do time trocando Mendieta, mais uma vez à vontade escondido entre marcadores, por Marquinhos Gabriel. O ex-meia do Bahia, diferentemente dos outros atletas ofensivos que estavam em campo, foi suficiente para acordar o time.
Quem mais se aproveitou da vontade do camisa 40 foi Bruno César. O reforço mais badalado do centenário deu alívio à torcida que temia um vexame ao ver Marquinhos Gabriel passar por dois marcadores e tocar para ele balançar as redes, abrindo o placar aos 27 minutos.
Seis minutos depois, Bruno César acabou com qualquer sonho do campeão rondoniense. Entrou na grande área e sofreu pênalti que ele mesmo converteu. Os palmeirenses, então, se não saíram satisfeitos com a qualidade vista em campo, ao menos, escaparam de um vexame.