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Palmeiras vence São Paulo e disputa título do Paulistão com a Ponte

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Oitenta e quatro vitórias, 12 empates e quatro derrotas, sendo que nenhuma delas em jogos válidos por Campeonatos Paulistas. Este é o retrospecto de Wanderley Luxemburgo à frente do Palmeiras em jogos no Palestra Itália. O impressionante aproveitamento do centenário treinador, neste domingo, ajudou o Palmeiras a chegar à decisão do campeonato.
A vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, com gols de Léo Lima e Valdívia, um em cada tempo, reverteu a vantagem que pertencia ao time do Morumbi e garantiu ao Palmeiras o direito de continuar sonhando com a taça que não vem para o Palestra Itália desde 1996.

Luxemburgo, último comandante campeão estadual pelo clube, pode, de quebra, tornar-se tricampeão paulista caso passe pela Ponte Preta nos dois jogos da decisão. O último treinador a alcançar tal feito foi Lula, pelo Santos (1967/68/69).

O jogo: Desta vez não teve gol de mão, pênalti polêmico ou cotovelada. Mas a segunda e decisiva partida semifinal entre Palmeiras e São Paulo, disputada neste domingo, no Palestra Itália, não conseguiu ficar isenta de confusões, com direito a gás de pimenta sendo atirado no vestiário são-paulino, provocação de Valdívia após marcar o gol da classificação e agressão do capitão Rogério Ceni ao meia chileno.

O início do clássico, no entanto, foi de muito estudo e pouca emoção. Divididas no meio-campo, marcação homem a homem de Fábio Santos em Valdívia, “revide” do chileno, que também se esforçou na marcação, e excesso de cuidado. Isso foi o que mais se viu nos primeiros 15 minutos de partida, tanto que o único chute a gol foi dado por Henrique, em cobrança de falta, mal executada.

Pelo lado tricolor, a primeira estocada ofensiva saiu dos pés de Adriano, carrasco da semifinal do Morumbi, também em chute de longe, sem muito perigo para o goleiro Marcos, que sequer precisou defender a bola, apenas observando sua saída.

A tônica escrita logo no início do jogo, com o Palmeiras pressionando e o São Paulo aguardando falhas para encaixar os contra-ataques, só mudou depois que Léo Lima, aos 22 minutos, recebeu livre no meio e arriscou o chute da intermediária.

No caminho da bola, Hernanes se abaixou e complicou a vida do goleiro Rogério Ceni, que acabou “aceitando”: 1 a 0. “A bola balançou demais e foi para a esquerda. Eu estava caindo para a direita”, justificou o capitão são-paulino.

Novamente com a vantagem para chegar à decisão, o Palmeiras continuou em cima do rival e quase ampliou em novo chute de longe de Léo Lima, que passou rente à forquilha esquerda de Rogério Ceni. Depois de quase levar o nocaute, o São Paulo resolveu reagir.

Mesmo “manco”, já que o lateral-esquerdo Júnior atuava fechando pelo meio e embolando com Jorge Wagner, o Tricolor encontrou espaço para um cruzamento à área. Adriano subiu bem e, de cabeça, quase empatou a partida, parando no corte do zagueiro Henrique.

Polêmica: O São Paulo voltou para o gramado com menos de 15 minutos de intervalo, pois um spray de pimenta foi atirado para dentro do vestiário, provocando imenso tumulto. “Depois querem ter jogo aqui. Isso é um absurdo. Os jogadores estão todos intoxicados”, disparou o presidente tricolor, Juvenal Juvêncio.

Depois de muita confusão e de ameaças de se retirar da partida, o São Paulo finalmente concordou em disputar o segundo tempo do clássico. E voltou com uma novidade: Borges substituindo Dagoberto. A mudança, no entanto, surtiu pouco efeito graças à postura do Palmeiras, que seguiu dando as cartas do jogo e criando as melhores oportunidades de gol.

Somente a partir dos 15 minutos os comandados de Muricy Ramalho acordaram, quando Júnior e Hernanes arriscaram chutes de longe e testaram a boa forma de Marcos. Depois disso, o time do Morumbi conseguiu uma seqüência de três escanteios consecutivos, mas não chegou à igualdade.

Agora atuando nos contra-ataques, o Palmeiras seguiu perigoso, mas desperdiçando gols por excesso de preciosismo. Já com Wendel e Denílson em campo nas vagas de Diego Souza e Kléber, os donos da casa tiveram a chance de ampliar com Denílson, que aproveitou saída errada de bola de Rogério Ceni e bateu forte, por cima do gol.

Enquanto o capitão são-paulino demonstrava rara insegurança, o palmeirense esbanjava confiança. Por isso, evitou que Jorge Wagner terminasse com a festa no Palestra ao mandar para escanteio cobrança de falta perfeita, aos 25 minutos, e ainda salvou os inúmeros cruzamentos de Hugo, Joílson, Hernanes, Fábio Santos…

A situação do São Paulo, que já era complicada, passou a ficar dramática quando André Dias levou dois cartões amarelos em menos de dez minutos e acabou excluído da partida pelo árbitro Wilson Luiz Seneme.

O time do Morumbi foi ao desespero e exerceu pressão sobre o Palmeiras nos minutos finais, mas não conseguiu superar a tarde inspirada de Marcos. Para coroar a bela atuação, aos 38 minutos, Wendel puxou contra-ataque pela esquerda e serviu Valdívia, que só teve o trabalho de bater colocado e vencer Rogério Ceni: 2 a 0 e fatura definida.

A falta de luz que interrompeu o jogo aos 41 minutos e atrasou a festa palmeirense, aqueceu os ânimos dos atletas, que chegaram a se estranhar (Rogério Ceni deu um tapa em Valdívia), mas não foi suficiente para esfriar a torcida, que deixou o Palestra entoando o hino do clube e aos gritos de “é, campeão”, sem se incomdar até com a expulsão de Martinez.

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