O jogo entre Palmeiras e Ponte Preta teve de tudo. Cartão amarelo antes de a bola rolar, gol relâmpago, vaias da torcida, presença do prefeito José Serra nas tribunas, aplausos para Correa e uma virada espetacular. Depois de deixar a Ponte Preta abrir 2 a 0 no placar, o Palmeiras, comandando por Edmundo e Cristian, que entrou ainda no primeiro tempo no lugar de Enílton, fez 4 a 2 no placar e ganhou fôlego para continuar brigando pelo título estadual da temporada.
Com a heróica vitória deste domingo sobre a Macaca campineira, o Verdão chegou aos 32 pontos na tabela e assumiu momentaneamente a liderança isolada do Campeonato Paulista, já que o Santos, com 31, ainda entrará em campo neste domingo para encarar o bem armado time do Ituano, na Vila Belmiro.
O elenco palmeirense folga nesta segunda-feira e na terça se reapresenta para iniciar os trabalhos visando o próximo compromisso, quinta-feira, contra o Rosário Central, na Argentina. Pelo Paulistão, o time do Parque Antártica volta a jogar domingo, contra o arqui-rival Corinthians, no Morumbi. Já a Ponte Preta descansa no meio de semana e volta a campo também no domingo, em São José do Rio Preto, diante do América.
O jogo: Antes mesmo de a bola começar a rolar, o goleiro Jean, da Ponte, demorou para entrar em campo e foi advertido com o cartão amarelo por Anselmo da Costa. Com a redonda em jogo, bastaram 43 segundos para a rede balançar pela primeira vez. Élson, ex-jogador palmeirense, tocou para Luciano Baiano na direita e o cruzamento do lateral chegou limpo, na cabeça de Almir, que concluiu para o gol observado por Daniel e Paulo Baier: 1 a 0 Macaca.
O gol relâmpago não desestabilizou o Verdão. Ao contrário, deu mais força para partir para cima da Ponte. Até os 12 minutos, pelo menos quatro bolas cruzadas passaram com muito perigo à frente do gol de Jean, e o empate só não saiu por puro capricho. Mais fechada do que nunca, restava a Ponte Preta explorar os contra-ataques, quase todos armados por Élson. Em um deles, o meia foi derrubado. Na cobrança da falta, Élson rolou para Hiran, que encheu o pé. Sérgio não conseguiu segurar, mas Thiago Mathias, que chegava para aproveitar o rebote, cometeu a falta. Na seqüência, Hiran entrou sozinho pela esquerda e Sérgio se redimiu, operando um verdadeiro milagre e evitando o segundo gol campineiro.
Aos 27, no entanto, não teve jeito. Marcinho tentou a virada e jogou a bola no peito de Élson, que acabara de voltar ao gramado autorizado pelo árbitro. Novamente, o ex-palmeirense avançou pela direita e cruzou para Adauto, livre de marcação, dominar e fuzilar Sérgio: 2 a 0. Foi a senha para as arquibancadas explodirem em revolta aos gritos de “ô, ô, ô, queremos jogador”. Imediatamente, Leão mandou a campo o meia Cristian, no lugar do inoperante Enílton, que deixou o gramado vaiado pela torcida. Esquecido nos últimos jogos, Cristian entrou com todo o gás e, logo na seqüência, o Palmeiras diminuiu. Edmundo iniciou a jogada e serviu Correa na direita. O cruzamento do camisa oito em direção à área foi preciso e Marcinho, antes da chegada de Edmundo, girou o corpo e bateu forte, de pé direito, quebrando o jejum de um mês sem balançar as redes em jogos pelo Paulistão: 2 a 1.
Nos minutos finais da primeira etapa, o Palmeiras foi todo pressão em busca do empate. E conseguiu mais do que isso. Aos 40, em bela cabeçada, Gamarra quase chegou lá, mas a explosão de alegria estava reservada para Edmundo. Aos 44, o Animal se atirou na bola depois de escanteio cobrado por Paulo Baier e colocou a igualdade no placar. Antes da descida para os vestiários, o inesperado. Depois da cobrança de mais um escanteio, o vaiado Washington subiu mais do que a zaga da Ponte e virou o jogo: 3 a 2 Verdão.
Na etapa final, em paz com a torcida, o Palmeiras voltou bem e criou seguidas chances para ampliar o marcador, principalmente com Marcinho. Com o passar do tempo, no entanto, foi a Ponte que saiu para o jogo. Nas costas de Lúcio, o time dirigido por Vadão conseguiu arrumar boas situações, mas acabou esbarrando na segurança do goleiro Sérgio.
Aos 29 minutos, Leão fez uma alteração que pouca gente entendeu, sacando Cristian, que entrara bem na partida, para reforçar o sistema de marcação com o zagueiro Thiago Gomes. O Verdão passou a administrar o resultado e a conter o ímpeto campineiro. Nos contra-ataques, Edmundo e Marcinho continuaram tentando o quarto gol. E ele saiu aos 44 minutos. Paulo Baier cobrou falta e Marcinho Guerreiro, de cabeça, subiu mais do que a zaga para fechar o caixão campineiro: 4 a 2 e festa garantida.