Após quase cair na temporada de seu centenário, o Palmeiras fez 21 contratações, reformulando também diretoria e comissão técnica. Mas a torcida quase viu neste sábado, na estreia do time no Campeonato Brasileiro, o que ocorreu em 2014: Patric fez gol, como na reabertura do Palestra Itália, mas a equipe reserva do Atlético-MG não venceu o Verdão. Aos 49 minutos do segundo tempo, Rafael Marques garantiu empate por 2 a 2 com sabor de vitória.
O Palmeiras não se encontrou nenhuma vez ao longo de 90 minutos, mesmo com força máxima. Valdivia chegou a ser vaiado. Mas Rafael Marques teve oportunismo, nos acréscimos, para evitar a derrota e fazer a torcida vibrar, inclusive aplaudindo o time que se reuniu no meio-campo para aplaudi-la. Para lamentação do Galo, mais preocupado em enfrentar o Inter na quarta, pela Libertadores.
Até o gol no fim, o cenário era triste. Como em 19 de novembro, quando o estádio palmeirense foi reinaugurado após mais de quatro anos em reforma, Patric, que era do Sport, balançou as redes. Vitor Hugo empatou, aos 36, Jô fez 2 a 1 e Rafael Marques, então, fechou o placar.
O resultado esconde a desorganização de um time que perdeu nos pênaltis o título paulista no último domingo, para o Santos, na Vila Belmiro. Na terça-feira, novamente no Palestra Itália, o time precisa vencer ou empatar sem gols diante do Sampaio Corrêa, às 21h50 (de Brasília), para ir à terceira fase da Copa do Brasil. O próximo compromisso pelo Brasileiro é às 16 horas de domingo, visitando o Joinville.
O jogo – Com exceção de Gabriel Jesus, que iniciou a partida porque Leandro Pereira tem lesão muscular e o reserva Cristaldo sofre com inflamação no pé esquerdo, o Palmeiras entrou em campo com o mesmo time derrotado pelo Santos na final do Paulista, no domingo. Como ocorreu na Vila Belmiro, o que se viu foi uma equipe cheia de deficiências, mas com um acréscimo: o nervosismo.
A ansiedade por balançar as redes era só um acréscimo nos escolhidos por Oswaldo de Oliveira, que não conseguia ajeitar seu time gritando à beira do campo. O treinador também montou um esquema de proteção a Zé Roberto. Facilmente vencido por Geuvânio nas finais do Paulista, o veterano tinha menos responsabilidade com Gabriel, único volante da equipe, recuando para formar um 3-5-2 ou Robinho e até Valdivia na lateral esquerda para que o capitão ficasse solto, sem posição, no meio-campo.
Nessa desorganizada estratégia, Valdivia precisava aparecer no círculo central para ajudar na saída de bola, já que Robinho ficava na esquerda e Zé Roberto sumia, à espera de uma bola que sobrasse na intermediária ofensiva. Porém, mesmo com o jogador mais caro como opção, o Verdão insistia em lançamentos diretos para fazer Dudu, pela esquerda, ou o lateral direito Lucas correr.
O Atlético-MG, apenas com o goleiro Victor como titular, apenas precisou de tempo para respirar fundo e se aproveitar do nervosismo rival. Fora uma bola que Lucas isolou de dentro da área, aos 14, e cabeçada de Valdivia após cobrança de escanteio que Victor defendeu bem, o Palmeiras não criava reais chances. Gabriel Jesus não era mais do que um esforçado garoto na frente.
De tanto ficar com a bola, o Galo começou a mostrar que sabe usá-la. O colombiano Shermán Cardenas e Giovanni Augusto eram meias que passaram a ser municiados pelo veterano volante Josué e tinham Maicosuel caindo de um lado para outro. Jô, centralizado na área, preocupava e criava espaço aos colegas.
Nesse desenho tático, o Verdão convidava o rival para contra-atacar, e a consequência só não foi fatal por causa de Fernando Prass. Aos 28 minutos, Maicosuel tabelou com Jô e saiu na cara do goleiro, mas parando nos pés do veterano, que vibrou com a grande defesa. Mas faltava o seu time acordar.
Antes do intervalo, Valdivia passou a ser mais participativo e deu trabalho com duas finalizações sobre Victor. Parece que os lances mostraram a Oswaldo de Oliveira que o time estava bem, tanto que não houve nenhuma alteração no segundo tempo. Mais um erro do treinador, mantendo um esquema com pouca marcação, quase nenhuma organização e que não adiantou perder do Santos para ser mudado.
Aos dois minutos, Eduardo foi acionado em contra-ataque e bateu rente ao gol de Prass. Aos cinco, a sorte parou de ajudar o Palmeiras. Eduardo voltou a participar de contra-ataque e tocou para Patric entrar na grande área e bater cruzado. Prass ainda encostou na bola, mas não evitou a grave consequência de um time que não se encontra mais.
No desespero, como já estavam seus jogadores, Oswaldo deixou a equipe sem volantes e a lançou à frente. Primeiro, fez Valdivia ser vaiado ao trocá-lo pelo lateral esquerdo Egídio, adiantando efetivamente Zé Roberto. Depois, abriu mão de Gabriel e Dudu para usar Alan Patrick e Kelvin.
Mesmo sem nenhuma organização, o Palmeiras empatou em cobrança de escanteio de Zé Roberto que Vitor Hugo cabeceou nas redes, aos 36. No minuto seguinte, porém, um retrato do Palmeiras: Gabriel Jesus e Kelvin, na frente de Victor, se atrapalharam. O que não ocorreu com Jô, aos 40, ao aparecer sozinho diante de Prass e garantir a vitória atleticana. Porém, quando tudo parecia perdido, Rafael Marques teve oportunismo para evitar a derrota.