Depois de começar perdendo nas cinco últimas rodadas do Brasileirão, o desejo do técnico Caio Júnior nesta quarta-feira diante do Sport, no Palestra Itália, era um só: sair na frente do placar para ter tranqüilidade e assegurar mais três pontos na tabela. Parte do planejamento foi cumprido, mas, mesmo saindo na frente, o time não soube segurar o placar e deixou o Palestra com uma amarga virada: 2 a 1.
Os jogadores começaram a partida dando a impressão que não tomariam conhecimento do adversário. Logo aos oito minutos, depois de uma bela jogada de Wendel, que acabou derrubado na entrada da área, Martinez cobrou falta e colocou o Palmeiras na frente no placar. Aos 12, a situação parecia ter ficado ainda mais fácil, já que Bilica foi desleal com o capitão alviverde no meio-campo e acabou recebendo o cartão vermelho.
Contra dez, o Palmeiras tinha tudo para golear, mas pagou caro pelos vacilos. Fechadinho na defesa e apostando nos contra-ataques, o Sport surpreendeu e virou o jogo ainda no primeiro tempo. Depois de distribuir pancadas e receber quatro cartões amarelos, os pernambucanos resolveram jogar futebol.
Aos 22, Da Silva arrancou pela esquerda e colocou a bola na área. Adriano Gabiru cabeceou e Diego Cavalieri, com elasticidade, evitou que a bola entrasse em seu cantinho direito, cedendo escanteio.
Sete minutos depois, no entanto, não teve jeito. Romerito cobrou falta da esquerda, Luis, que ajudava a defesa, vacilou na marcação e o zagueiro César subiu sozinho para deixar tudo igual no placar do Palestra Itália: 1 a 1.
Imediatamente, Caio Júnior mexeu no esquema e tornou o Palmeiras mais ofensivo, abrindo mão do zagueiro Gustavo para a entrada do meia Deyvid Sacconi. O time foi para cima dos pernambucanos nos dez minutos finais e teve a chance de descer para os vestiários em vantagem, mas quem sorriu foi a pequena torcida rubro-negra.
Aos 45 minutos, Da Silva aproveitou vacilo de Valmir, foi para cima de Dininho e caiu. O árbitro marcou pênalti, que ele mesmo bateu. Diego Cavalieri espalmou, mas deu rebote e o próprio Da Silva decretou a virada pernambucana: 2 a 1, para desespero da nação verde, que mandou o time aos vestiários debaixo de muitas vaias.
Aluga-se meio-campo: O Palmeiras voltou para o segundo tempo disposto a sufocar o Sport e espantar a zebra rubro-negra que ameaçava pintar no Palestra Itália. Pelos lados, pelo meio, de perto e de longe, por baixo e pelo alto. De todas as formas possíveis a bola rondava a área do goleiro Magrão, mas sem a precisão necessária para decretar o empate.
O Sport resolveu seguir a receita que deu certo no primeiro tempo para sair do Palestra Itália com três importantes pontos. Bateu à vontade, parou as jogadas, fechou-se atrás com oito jogadores e mais o goleiro e apostou em esporádicos contra-ataques com o “chato” Da Silva, único que ficava após a linha de meio-campo.
Em desvantagem até os 25 minutos, Caio Júnior tentou suas cartadas finais: sacou Luis e Martinez para as entradas de Rodrigão e William. Novamente, foi “homenageado” com vaias e gritos de “burro” de parte das arquibancadas. Imediatamente após a troca, o Palmeiras ganhou mais uma forcinha para empatar: Dutra, que já tinha cartão amarelo, foi imprudente e recebeu a segunda punição, deixando o Sport com nove homens em campo.
Os últimos 16 minutos do duelo ganharam ares dramáticos. Com Bruno em campo no lugar de Adrino Gabiru, o técnico Geninho deu um gás extra para o Sport segurar a vitória. Em um verdadeiro “ataque contra defesa”, só deu Palmeiras no campo ofensivo. Deyvid Sacconi, de longe, Rodrigão, de cabeça, William. Todos tiveram a chance de desafogar o peito da torcida. Dininho, em rebote de Magrão, até conseguiu, mas estava impedido. Não teve jeito e os nove guerreiros pernambucanos, desta vez, levaram a melhor: 2 a 1 Sport.
Na rodada do final de semana, o Palmeiras vai ao Rio de Janeiro encarar o Fluminense, domingo, às 16 horas, no Maracanã. O Sport, por sua vez, joga na Ilha do Retiro, sábado, às 18h10, contra o Atlético-PR, que nesta quarta enfrentou o Corinthians.