O volante Francis bem que avisou: a partida contra o Noroeste seria mais um “clássico” para o Verdão. Com um futebol de alto nível, o time de Bauru encarou o Palmeiras de igual para igual na noite desta quarta-feira, no Parque Antártica, venceu por 2 a 1, brecou a reação alviverde e mostrou porque é um dos melhores times do Estado desde 2006.
O resultado manteve mais assustador do que nunca o fantasma que assombra a equipe nas partidas em casa. Com a derrota desta quarta-feira, o time chega a quatro jogos sem vencer diante de sua torcida, já que o último resultado positivo em seu campo foi no dia 25 de janeiro, diante do Santo André. O placar negativo também adia por mais alguns dias o sonho de integrar pela primeira vez o G-4 do Paulistão.
Os primeiros 45 minutos foram extremamente corridos e equilibrados, com pegada forte no meio-campo e os lances de criatividade saindo dos dois camisas dez, Valdívia pelo Verdão e Edno pelo Norusca. O chileno, que mais uma vez apanhou o jogo inteiro, mostrou que está adaptado ao time verde e esbanjou categoria. Faltou, no entanto, efetividade a ele e aos homens de frente, e o goleiro Fabiano acabou sendo pouco exigido na etapa inicial.
Marcos, por outro lado, teve trabalho para segurar um chute do atacante Vandinho, aos 19 minutos. Aproveitando lançamento longo, o centroavante fez o corte no zagueiro adversário e bateu cruzado, pelo alto, exigindo elasticidade do pentacampeão. O goleirão voltou a trabalhar bem em cobrança de falta de Ernani Nascimento, que bateu na barreira e ficou perdida dentro da grande área, morrendo nas mãos do camisa um, que saiu corajosamente para dividir com o jogador do Noroeste.
O gol dos visitantes estava amadurecendo e saiu aos 34. Edno fez bela jogada pela direita e cruzou para a área. David, na tentativa de impedir o gol de Leandrinho, fez o corte e jogou contra o patrimônio, em pura infelicidade: 1 a 0 Noroeste.
O empate poderia ter surgido no lance seguinte, quando Valdívia entrou na área e desabou. O árbitro, que já havia advertido verbalmente o chileno, mandou o jogo seguir e foi “homenageado” pela torcida palmeirense.
Apesar de correr atrás do prejuízo, o Palmeiras acabou apresentando defeitos no sistema defensivo, modificado pela ausência de Pierre. Edmílson, responsável pela marcação no setor esquerdo, deu muitos espaços em suas costas e por lá o Noroeste quase ampliou a vantagem no minuto final.
Para o segundo tempo, Caio Júnior manteve o time com o tripé defensivo e mexeu novamente no meio-campo, trocando Martinez, muito marcado, pelo ala Michael, apostando em uma maior mobilidade ao setor.
O jogo continuou movimentado e, desta vez, mais aberto. O Palmeiras foi todo ao ataque e criou diversas chances para empatar. Primeiro foi Edmundo, de cabeça, logo no primeiro minuto. Aos nove foi a vez de David concluir após passe do Animal e ver a zaga bauruense afastar em cima da linha. Edmílson, de fora da área, Michael, em jogada individual, e Valdívia, em lance de gênio, também assustaram Fabiano, mas o gol insistiu em não sair.
Apostando na rapidez de Leandrinho e Vandinho, Paulo Comelli instruiu o Noroeste a jogar somente nos contra-ataques. Em um deles, Edno por pouco não matou o jogo, batendo forte para excelente defesa de Marcos.
O Palmeiras continuou pressionando e a derrota parcial era cada vez mais injusta. Com Cristiano em lugar de Osmar, o bombardeio ao gol da equipe bauruense foi aumentando e o nome do goleiro Fabiano, se solidificando, com defesas difíceis e importantes .
Fabiano só não pôde fazer nada aos 25. Valdívia trabalhou bem com Leandro, recebeu na frente e foi derrubado pelo zagueiro. Pênalti, que Edmundo cobrou com categoria, para explodir o Palestra: 1 a 1.
Quando tudo levava a crer que a virada era questão de tempo, a defesa palmeirense vacilou e enterrou o time. Éder fez a jogada pela direita e colocou na área. Os zagueiros deram bobeira e Otacílio Neto, que acabara de entrar no lugar de Vandinho, fuzilou o goleiro Marcos: 2 a 1.
Novamente em desvantagem, o Palmeiras confundiu velocidade com pressa. Mesmo desorganizado taticamente, o time criou novas chances para marcar, as principais com Valdívia, que, infelizmente, continua pecando nas finalizações. Quando a bola tinha a direção certa, parava na noite inspirada do goleiro Fabiano, o melhor do time do interior.
Fechadinho, o Noroeste fez o possível e o impossível para segurar a pressão palmeirense, que contou até com a presença do goleiro Marcos na área. Com dez no campo defensivo, o time rebateu todas as tentativas de cruzamento do Verdão e, mesmo cedendo incontáveis escanteios nos minutos finais, conseguiu garantir o resultado e levar três pontos importantíssimos para Bauru.
No próximo domingo, o Verdão voltará ao Palestra Itália para tentar acabar de vez com a ausência de vitórias em casa enfrentando as ‘molecagens’ do Juventus, enquanto o Noroeste abrirá as portas de seu estádio, o Alfredo de Castilho, para encarar mais uma decisão, diante do Paulista de Jundiaí